O ex Afghan Whigs fala à Trip sobre sua vinda ao Brasil ao lado de Mark Lanegan
Um ficou conhecido pela eteriedade do Afghan Whigs. O outro, pela sombriedade do Screaming Trees. Mesmo com o fim das duas bandas, Greg Dulli e Mark Lanegan continuaram a agraciar seus religiosos fãs com outros projetos e bandas. Em meados de 1994, Dulli já havia mostrado seu lado pop ao assumir os vocais da Backbeat Band, o supergrupo formado por Dulli, Thurston Moore (Sonic Youth), Don Fleming (Gumball), Mike Mills (R.E.M.), Dave Grohl (Nirvana, e Foo Fighters), e Dave Pirner (Soul Asylum), para gravar a trilha sonora do filme Backbeat. E os projetos musicais do ex-Afghan continuaram com o The Twilight Singers até que seu caminho cruzou o do também inquieto Mark Lanegan – que além do currículo grunge ao lado de Screaming Trees e Mad Season, coleciona belíssimos e criativos projetos solo, participações no Queens of The Stone Age e parcerias com a ex-Belle and Sebastian Isobel Campbell.
“Eu e o Mark sempre fomos amigos. Aí ele veio com a ideia de formarmos o The Gutter Twins, batizou a banda e tudo mais. Nós só sentamos juntos parar escrever as primeiras canções”, explica Greg Dulli, que ao contrário do que muitos pensam, não é sinistro, não é afetado e não é arrogante.
Esbanjando simpatia, Dulli conversou com a Trip sobre a sua vinda ao Brasil, ao lado de Mark Lanegan, em uma versão acústica do projeto Gutter Twins, que apesar de só acontecer no dia 1o. De julho no Bourbon Street, já está com os ingressos esgotados.
O show de vocês aqui em São Paulo está sendo anunciado como “Uma noite com Greg Dulli e Mark Lanegan” e não The Gutter Twins. Por que?
Nós passamos um bom tempo excursionando com a banda completa. E para esses shows da América Latina, nós decidimos apresentar versões acústicas de nossas músicas.
E como vai ser o repertório?
Pretendemos tocar músicas do Afghan Whigs, Twilight Singers, Screaming Trees, Mark Lanegan solo e alguns covers.
Pode dizer quais covers?
Ainda não sabemos quais covers tocar. Eu e Mark ainda vamos discutir quais músicas.
“Down the line” do José Gonzalez talvez?
Não sei, você acha que devemos tocar ela?
Sim. E algum cover de artista brasileiro também...
Pretendemos tocar José Gonzalez, adoro as músicas dele. Agora não sei se consigo aprender a falar português em tão pouco tempo para fazer um cover de artista brasileiro [risos].
Pô, mas duas semanas é o suficiente pra aprender a falar português, não?
[Risos] Ok. Eu vou ver o que posso fazer...
Por que no encarte dos seus discos sempre tem alguma palavras em italiano?
Isso é uma homenagem para uns amigos na Sicília. Alguns dos meus melhores amigos moram lá, e isto é uma forma de falar um oi para eles.
Alguma previsão de material inédito do Afghan Whigs?
Não. Nunca mais vou tocar com o Afghan, o que tinha que ser feito foi feito, mas vou tocar músicas deles sempre que puder.
Não são poucas as mulheres que se derretem pelas suas canções e te consideram um sex symbol. O que você acha disso?
[Risos] Não, eu não sou um sexy simbol. É bem legal ouvir isso, mas não tenho ideia do que falar a respeito. Agradeça a todas as mulheres que acham isso de mim.
Uma vez perguntaram ao Mark Lanegan como ele cuidava da voz e a resposta foi: muito álcool e cigarros. Você também segue esta fórmula?
Acho que o Mark enganou quem perguntou isto pra ele. Ele não fuma ou bebe faz tempo já. Eu parei de fumar, mas só bebo tequila ultimamente, sabe?
Aqui no Brasil você pode experimentar nossas cervejas...
Com certeza! Estou bem ansioso por isso.
E quanto tempo vocês ficam no Brasil?
Acho que uns 3 ou 4 dias. Tinha uma conversa sobre uns shows extras no Rio de Janeiro, mas acho que só vamos ficar em São Paulo mesmo.
Tanto você quanto o Mark são fãs de basquete. Acompanharam os jogos da NBA?
Sim! Nós compramos ingressos para a temporada toda do Los Angeles Clippers, mas eles são terríveis né [risos]. Mas eu acompanhei todos os play offs e gostei bastante de ver o Varejão [jogador brasileiro do Cleveland Cavaliers] jogar. Se tiver algum jogo de basquete acontecendo aí em São Paulo, com certeza vamos assistir.
