Física ou virtualmente, Pedro Rios Leão abraça quase todas as causas que vê pela frente
Ele foi ameaçado de morte por pistoleiros ruralistas na tribo dos Guarani-Kaiowá, estava in loco quando a situação ficou preta na comunidade do Pinheirinho, acorrentou-se e fez greve de fome na porta da Rede Globo. Em seu Facebook, a cada dia defende uma causa diferente. Se ativismo desse dinheiro, Pedro Rios Leão estaria milionário.
Nascido e criado no conforto da zona sul carioca, Leão, 27 anos, tinha tudo para levar uma vida confortável. Era estudante de comunicação na UFRJ, chegou a trabalhar como produtor cultural. Mas, “desacreditado com o sistema”, preferiu jogar tudo pro alto. “Tive problemas quando minha família percebeu que eu não ia ser um doutor”, conta. Mesmo assim, ainda mora com a mãe.
A primeira causa que abraçou foi o movimento Ocupa Rio, em novembro de 2011. Em janeiro do ano seguinte, rumou para a comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos, onde registrou em um documentário a truculência com que a tropa de choque despejava os moradores. De volta, indignado com a ausência da pauta na grande mídia, se acorrentou em frente à sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, e iniciou greve de fome. “Fiquei 11 dias sem comer”, diz.
Sua próxima causa será em causa própria. “Nessa vida que levo, sinto falta de ter uma namorada. Por isso estou de mudança para Itacaré, na Bahia. Lá posso viver com pouco. Vou buscar meu sustento na permacultura e trabalhar com ecovilas.”