por Piti Vieira
Trip #253

Com a internet, uma geração de motociclistas mulheres se juntou em coletivos e começa a dar uma cara mais diversa à motomania

Quando Jessica Haggett foi para a cama em Utah, em dezembro de 2014, depois de mandar um apelo rápido para meninas amantes de motocicletas entrarem em contato, ela não imaginava o tamanho do movimento que estava criando. Na manhã seguinte, a americana de 26 anos encontrou dezenas de respostas de mulheres com idade entre 18 e 60 anos, todas interessadas em seu chamado. Hagget, que é gerente de operações de uma startup de tecnologia e pilota uma Harley Davidson Sportster, ficou um pouco assustada, a princípio, mas decidiu terminar o que havia começado, e assim nasceu seu coletivo de garotas motociclistas, The Litas.

“É tão recente e ao mesmo tempo uma loucura. De onde saíram tantas meninas motociclistas?”, ela se pergunta. “Piloto moto há sete anos e apenas no ano passado comecei a andar com outras meninas.” Pouco mais de um ano após o chamado, o grupo conta com mais de 750 motociclistas espalhadas por 11 países, incluindo o Brasil.

Juntas, elas espalham a mensagem da igualdade de gênero, se inspiram umas nas outras e compartilham um conjunto de ideais: aventura, companheirismo e a liberdade da estrada – sempre em cima de uma moto. “Queremos nos divertir e criar uma rede de apoio em um ambiente onde não há hierarquia”, ela diz.

Para fazer parte do coletivo é preciso reunir no mínimo três mulheres que pilotam e que têm tempo para organizar encontros mensais. Curitiba acaba de ganhar uma ramificação representada por Luana Antoniuk, Samanta Busmayer e Carla Calgaro.

“A ideia de reunir mulheres em torno de um objetivo comum, cada uma com os motivos que as levaram a ser motoqueiras, me chamou a atenção”, comenta Carla. “Além, claro, das aventuras que podemos fazer juntas”, completa Samanta.

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