por Luiz Filipe Tavares

Autores de portfólio artístico de líder do Pink Floyd falam sobre telas e fotos do cantor

Barrett não é só um livro. É um convite aos colecionadores e apaixonados pelo Pink Floyd a um mergulho de cabeça no universo psicodélico real de Syd Barrett. Lenda do rock, artista plástico, compositor e líder da mais importante formação do rock psicodélico dos anos 60, tendo influenciado meio mundo dos dois lados do Atlântico, enfim o inventor de um capítulo todo particular na história do rock ganha uma biografia completa e digna de seus muitos talentos. E ela vale cada centavo investido no processo de importação, afinal, ainda não há previsão para lançamento por aqui.

O livro levou pelo menos dois anos e meio para ficar pronto e reúne todos os trabalhos de artes plásticas de Syd Barrett, incluindo as telas destruídas por ele mesmo. No riquíssimo acervo de imagens da publicação, há fotos da infância e adolescência de Syd, além de muitas fotos inéditas pré e pós-Floyd, com muito material da época em que o cantor ainda era estudante de artes. Para falar sobre esse verdadeiro trabalho de arqueologia onde o rock se encontra com as belas artes, chamamos os autores do livro, Will Shutes e Russel Beecher para uma conversa sobre essas pepitas perdidas e escondidas pelo tempo, que finalmente veêm a luz do sol com o lançamento de Barrett

"Russell e eu tivemos a ideia separadamente, antes de nos conhecermos", explicou Will Shutes em entrevista exclusiva à Trip. "Ele tinha acabado de fazer um documentário sobre o Syd e descobriu essa enorme quantidade de fotos do Syd que queria usar em um livro. Eu comecei a pesquisar sobre a arte de Syd logo depois dele morrer em 2006. Depois que Russel viu um artigo meu sobre o assunto, ele entrou em contato e me recrutou para cuidar da sessão de arte do livro. No caso do trabalho de artes dele, as histórias sobre os quadros começaram a multiplicar-se e, por isso, optamos por fazer uma seção completa de seu trabalho com telas, reunindo todas as que podíamos."

Não deve ter sido fácil reunir toda a arte de Syd Barrett depois deste ter destruído grande parte de seu trabalho. Mas Russel Beecher ainda tem um outro motivo para centrar o livro nas artes plásticas ao invés da música. "Sei que Syd era muito mais conhecido como músico, mas ele sempre se considerou um pintor. Ele pintou por quase toda a sua vida, enquanto a música foi mais como uma breve distração de seu ofício original." Para os dois autores, a maior dificuldade ficou mesmo em convencer as pessoas a liberar o material para a publicação.

Fanáticos indo à loucura

Muitas fotos. Muitas mesmo. O livro é uma viagem para dentro do turbilhão emocional da vida de Barret, um homem que sofreu com as complicações do abuso de drogas e acabou no ostracismo e vivendo sob a culpa de toda a curtição dos anos 60. Para os fãs de Piper at The Gates of Dawn e da carreira solo do poeta louco, o livro é mais do que um presente. E os dois co-autores comemoram a reação positiva dos fanáticos por Syd, da imprensa internacional e de si mesmos,  muito satisfeitos com o trabalho final do livro.

"Até agora, nós recebemos virtualmente só elogios por parte dos fãs de Syd que compraram o livro. E sabemos que muitos desses fanáticos seguem a banda há décadas. Com isso, nos sentimos muito satisfeitos com nosso trabalho", explicou Russel. Engrossando o coro, Will ainda afirma que a dupla se espantou com o volume de comentários sobre o livro. "Tudo isso foi ótimo. É um grande prazer ver que as pessoas admiram nosso trabalho e se interessaram por nosso livro."

"Esse trabalho trouxe muitas coisas legais. Ele mudou minha maneira de olhar para o trabalho do Syd, consequentemente mudando toda a visão que eu tinha sobre ele como pessoa. Foi incríivel essa oportunidade de trabalhar com os amigos e familiares de alguém tão importante como Syd", comemorou Russel, apoiado pelo parceiro Will. "Houve momentos onde foi difícil e havia muito trabalho, mas estivemos comprometidos com isso durante todo o tempo. Ficamos muitíssimo felizes com o resultado final. Aprendemos muito durante todo o processo e conseguimos submergir totalmente no mundo de Syd", comemorou Shutes. "E isso não é o fim. Essa parte da arte que está em nosso livro vai colocar no chão os alicérces para pesquisas muito mais profundas da arte de Barret. Por enquanto, o livro está finalizado. Eu não poderia estar mais feliz com isso do que estou agora.

Quero minha cópia

Como você já sabe, o livro ainda não tem data para sair no Brasil. Mas a versão em inglês pode chegar até o País do Carnaval para vendas através do siote oficial do projeto de Russel e Will. No site barretbook.com, você escolhe entre dois tipos de edição e paga com cartão de crédito. O livro chga no conforto de sua própria casa. O livro é vendido nas versões Classic (R$ 297, com postagem incluida) e a limitadíssima Signature (R$ 900 com postagem incluida), com só 500 exemplares numerados a serem vendidos.

Os preços são salgados, mas se você é fã do Pink Floyd e do Syd Barrett, trate de deixar esse lançamento entre os suas próximas aquisições para saber mais sobre a vida e a obra desta figura única que nos deixou em 2006, tornando uma legião de fãs em órfãos e entrando de vez para a história como um homem que mudou os rumos do pensamento do século XX.

Vai lá: www.barrettbook.com

 

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