Não há um sentido abstrato de vida; cada um de nós tem sua vocação, seu caminho, sua missão específica, talvez até uma tarefa concreta
Há um motivo geral, um porquê de estarmos vivos. Deus, religião, visão de mundo, filosofia, ideologia... Depois um significado a médio prazo, por exemplo: família, filhos, trabalho, amigos, ideais, companheiros. E tem um sentido de vida específico para cada um de nós para cada momento, cada átimo de instante em que estamos vivos. Este ultimo não possui uma definição que flua racionalmente, já que tem a ver com os outros dois motivos influenciando as definições deste. É a busca por encontrar a melhor atitude, a melhor escolha, a cada passo, a cada palavra, a cada olhar.
Não há um sentido abstrato de vida; cada um de nós tem sua vocação, seu caminho, sua missão específica, talvez até uma tarefa concreta. Sempre algo que não pode ser substituído e nem podemos repetir atitudes dos outros. Uma oportunidade específica, uma singularidade. Tudo é desafio e se apresenta como um problema a ser solucionado. Viver a nós mesmos é uma tarefa a que somos designados (ou escolhemos) a cumprir e que só à nossa consciência devemos explicações.
Há uma tensão sobre o que já se conquistou e o que há para ser conquistado. Jamais nos conformamos com o que já alcançamos, tudo é apenas um pouco do que temos a conquistar. Ontem foi horrível em comparação ao que é hoje e, ao amanhã, o hoje será uma idiotice rematada em comparação ao então. Não somos uma árvore, deixamos de ser um bosque e estamos sendo uma floresta. Um dia não seremos mais um país, um continente ou um planeta. Mesmo quando restamos derrotados; por mais difícil seja, nossos esforços não perdem a dignidade e ganha mais um sentido. Ultrapassar o fracasso, superar a derrota e ir mais longe ainda.
Não podemos esperar nada da vida porque isso não importa nem um pouco. O que importa de fato é que, provavelmente, a vida espera muito mais de nós. Prova disso é que nos mantêm vivos, quando poderíamos, perfeitamente, estarmos mortos como tantos outros que morreram. A vida espera nos ver viver ou morrer jamais miseravelmente, mas com orgulho pelo esforço empreendido na luta por ser mais do que somos.