Res inexplicata volans

por Redação

Em seu novo disco, o produtor Apollo 9 transforma rock em jazz e bossa nova em reggae

por Dafne Sampaio, do Gafieiras

Produtor de artistas como Otto, Nação Zumbi, Cibelle, Planet Hemp e, recentemente, de algumas faixas do último disco de Wanessa Camargo, Apollo 9 veio construindo desde 2003 seu primeiro disco autoral que tem o curioso título de Res Inexplicata Volans (ST2 Records, 2006). O termo foi criado pelo Vaticano para nomear os bons e velhos OVNIs, mas os objetos voadores não-identificados de Apollo são musicais, claro esteja. Para auxiliá-lo nesta empreitada, que teve lançamento na Europa em 2005, o produtor, multiinstrumentista e compositor contou com a ajuda de amigos novos e velhos e fez um disco repleto de sonoridades das mais diversas, onde um rock pode virar jazz, uma bossa nova pode virar reggae, e assim por diante, sem falar em variações muito brasileiras da música eletrônica.

A lista de amigos de Apollo 9 é extensa e no disco aparecem cantando figuras mais conhecidas como Seu Jorge (“Capoeira” e “Ensaboar Você”) até artistas menos badalados como Tita Lima (filha do produtor Liminha em “Entre Eu e Você” e na bela bossa “Traz um Alívio”), passando por Cibelle (“Fruta Vermelha”, “Mr. Right Now” e “Yage Cameras”), Céu (“86”, “Ensaboar Você” e “Inexplicata”, que tem dueto com o próprio Apollo e letra debochada de Rita Lee), Fred 04 (“War”) e a norte-americana Holly (“Children of the Sun”, “War” e numa versão jazz para “I’m a Rocker” do AC/DC). Para além dos microfones aparecem o lendário guitarrista Lanny Gordin, o percussionista João Parahyba (Trio Mocotó) e o baterista Pupilo (Nação Zumbi). Música popular brasileira eletrônica sem chavões.

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