Jamais aceitei ser modelo de nada porque sei: possuo pés de barro
Padrões de Beleza
O acompanhamento da moda em padrões de beleza reconhecidos pela mídia, mesmo os padrões de virtude e saber, é impossível porque padrões não parte do ser humano comum. São os que excedem que criam os modelos. Jamais aceitei ser modelo de nada porque sei; possuo pés de barro.
As moças que desfilam como modelos não têm nada a ver com a mulher de carne e ossos que chacoalha no busão e todo mês sangra. As roupas dos desfiles são conceitos e propostas. Não dá para andar com nada daquilo nas ruas. Não são nada práticas. Além de tais padrões estarem sempre em permanente transformação.
Mesmo assim, ficamos complexados por não conseguirmos atingir tais padrões. Mulheres robustas andando de calça de cintura baixa, caindo aquele barrigão enorme... De verdade, não fica bem. O diferente, nós todos sabemos, sempre será massacrado. Mas nem por isso devemos nos render e ficar com esse desejo insano de uniformização. Somos forçados a imitar a moda com nossos corpos mal desenhados (não fosse minha estatura baixa -1,66 m- não me queixaria muito), nossas celulites e gorduras.
Em termos de virtude e saber, não há quem não tenha desejado a mulher alheia (ou vive-versa). Quem não tenha ao menos pensado em arrebentar, até matar alguém na hora da raiva. É caso a parte esses mentirosos profissionais que sobem a púlpitos para falar em nome de direito, amor, religião, sexo e até de Deus (quanta presunção...).
É preciso assumir: temos poucas virtudes e mesmo estas poucas (que nos custaram tanto...), jamais foram puras. Nossa sabedoria é fragmentada e muitas vezes, superficial. Somente com a generosa contribuição de toda nossa ignorância que conseguimos construir a nossa história de desenvolvimento e conquistas pessoais.
Padrões são patamares, nortes a serem perseguidos sem medo de frustração ou engano. Fiquei pensando se não sigo padrões de composição de textos. É bem provável, embora negar sempre seja possível.