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PROBLEMÁTICAS E SOLUCIONÁTICAS

Talvez eu seja suspeito pra falar do Jornal da Tarde. Sei que não é do melhor tom tecer elogios à própria casa

Por Redação

em 21 de setembro de 2005

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Talvez eu seja suspeito pra falar do Jornal da Tarde. Sei que não é do melhor tom tecer elogios à própria casa, mas não posso deixar de registrar algumas idéias e situações que me parecem absolutamente especiais e, diante das quais não me permito ficar indiferente. Refiro-me à campanha pela arborização da cidade. Chega a ser interessante até mesmo do ponto de vista sociológico como os veículos de comunicação mais fortes e abrangentes do país, rarissimamente deixam a retórica e partem para utilizar seu tão legítimo mandato popular em benefício de soluções reais, palpáveis e de realização possível. É claro que numa terra na qual autoridades constituídas furtam e roubam (como aliás tem mostrado mais uma vez de forma notável, a equipe de reportagem do JT no caso do DETRAN), quase sempre as mais simples e prosaicas soluções encontram entraves e burocracias intransponíveis.
Mas é exatamente aí, que um jornal ligado a um grupo de comunicação forte e estruturado pode fazer toda a diferença transformando este poder em vias concretas de defesa da cidade e de seus habitantes.
É claro que há que se concentrar esforços no jornalismo, a própria razão de ser de veículos como o JT, mas por que não canalizar um pouco de energia, dinheiro e respaldo político para encabeçar movimentos de ‘solucionática’ já que aos governantes, cada vez mais, parece só interessar as ‘problemáticas’.
Enquanto escrevo este artigo, ouço a programação da manhã da rádio Eldorado FM, veículo que tem feito sua parte brilhantemente. Além das campanhas pelo Tietê e outras causas nobres, a instituição do ‘Troféu Cara de Pau’ é um dos mais importantes serviços prestados à cidadania por um veículo de comunicação no país (meu voto esta semana é para Luiz Estevão) Agora a pergunta: o que aconteceria com o país de Hildebrandos, Magris, Zélias, João Alves e congêneres e a Folha, o SBT, a TV Globo, a Editora Abril, cada um a seu critério, levantasse uma bandeira não só cedendo inserções de mídia ou encomendando a criação de campanhas de publicidade para fazer bonito em Cannes, mas que envidasse recursos e energia para chamar para si e concretamente resolver problemas sérios da comunidade na qual está inserida. Um exemplo ou sugestão concreta ajudam? Qualquer um sabe que lazer e esportes significam quedas brutais nos índices de criminalidade em qualquer periferia do mundo. Quem duvida que em um mês de campanha, a Globo encheria as favelas do Brasil de quadras e até piscinas públicas como pregava Brizola em seus bons tempos?
Vamos torcer para que os exemplos mencionados no início sejam imitados.

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