O homem do ’olhar 43’ encontra o gigante do ringue da rima em mais uma Entrevista Cruzada
O embate do rap contra o rock continua na Entrevista cruzada. Na semana passada, Ronnie Von "enfrentou" Rappin' Hood. Agora convocamos o mais pop dos roqueiros, Paulo Ricardo, para entrevistar e ser entrevistado pelo novo rapper que está novamente colocando o hip hop em evidência, Emicida. Leia o resultado deste encontro de mundos promovido pela Trip.
Emicida entrevista Paulo Ricardo
Você vem de uma outra época no rock brasileiro, como vê o momento em termos de criatividade nas bandas de hoje?
Chico Science e Nação Zumbi foram um divisor de águas, e de lá pra cá as bandas mais interessantes tem sido as que conseguem dosar com originalidade o rock e a música brasileira. Mas em todas as épocas temos bandas boas e ruins.
Cara quantas bandas você ja teve de verdade? Eu conheço só umas três.
Duas, RPM e PR5, essa terceira eu não conheço, depois você me mostra.
Como é fazer trilha de desenho animado? Qual a diferença de falar em seus discos e falar para este outro púlico?
Adoro crianças, e há uma em mim quese recusa a crescer. Tive a sorte de participar apenas de projetos inteligentes, como o Sítio do Picapau Amarelo, da Globo, Spirit, o Corcel Indomável, da Dreamworks, e Oliver, da Disney, e faço amarradão!
Paulo Ricardo entrevista Emicida
Há uma série de possíveis brincadeiras no seu nome artístico. Qual é a verdadeira história?
A história verdadeira é que a gente bricava de fazer as rimas um zoando o outro, eu fui vencendo essas batalhas e os caras coemçaram a dizer: "Ah você matou ele, você é um assassino, cara, um homicida". E eu dizia: "Mas eu só mato os MCs, sou um emicida". A coisa pegou e tá até hoje.
O hip hop hoje domina as paradas norteamericanas. Você vê alguma chance disso acontecer no Brasil?
Vejo sim, respeitando as proporções e o tempo, mas acredito que é totalmente possível. Temos aí Marcelo D2 e Racionais MCs pra provar que tudo isso pode ser comercialmente viável tambem!
Você valoriza o discurso social nas letras ou o entretenimento puro e simples?
Eu valorizo a liberdade, no final das contas olho pra letra e digo: isso precisa ser dito. Não tenho a obrigação de ser socialmente ou politicamente correto, tenho a obrigação de dizer o que quero dizer.
Vai lá:
representando o rap, Emicida (www.myspace.com/emicida)
e o rock, Paulo Ricardo (http://pauloricardo.uol.com.br)