Sem patrocínios ou outras fontes alternativas à bilheteria, companhias de teatro e dança amargam a pior crise da história e resistem ao impacto do coronavírus e o descaso do governo
Irlen Bispo dos Santos, 22, recorreu aos Orixás para ganhar seu pão durante a pandemia. Foi inspirado neles e nas religiões de matrizes que o baiano de São Cristóvão e filho de Exú criou sua nova coleção de bijuterias no Instagram. Com uma filha de 20 dias em casa, a Alika Mariama – que quer dizer “presente de Deus mais belo entre as mulheres" –, Irlen se viu obrigado a procurar uma fonte de renda alternativa após ter sido desligado do Balé Folclórico de Salvador, em abril.
“Fomos todos surpreendidos. Graças a Deus consegui receber o auxílio emergencial de R$ 600. Além das bijuterias, estou atrás de emprego. Não dá ficar parado”, explica Irlen. Assim como ele, outros integrantes da companhia precisaram encontrar fontes de renda alternativa após o fechamento das portas do Teatro Miguel Santana, onde o Balé se apresentou por mais de 32 anos, no Pelourinho. Teve bailarino que virou manicure, teve quem virou entregador, teve quem virou motorista de aplicativo.
O Balé teve a água, luz e internet de seu teatro cortadas após acumular dívidas de mais de R$ 250 mil. Situado em um casarão histórico e tombado pelo IPHAN, eles se mantinham com a bilheteria e uma verba da Secretaria de Cultura do Estado, de R$ 33 mil, que deixou de ser regular desde outubro do ano passado. “Como o teatro ficou meses fechado e sem manutenção, passou por uma degradação terrível. Fizemos um mutirão para limpeza, mas muita coisa já estava mofada ou com cupim”, lamenta Vavá Botelho, 60, fundador e diretor geral do Balé Folclórico da Bahia.
A companhia criou uma vaquinha virtual e conseguiu saldar parte de suas dívidas, angariando mais de R$ 200 mil com a ajuda de Caetano Veloso, que divulgou a campanha em sua live de aniversário, no início de agosto. O Balé se apresentava de segunda a sábado há 25 anos, interruptamente – só parando em datas como Carnaval e Ano Novo. O público era em sua maioria estrangeiros, que saiam fascinados com a mistura de elementos afros e indígenas no palco, como a capoeira, puxada de redes e danças dos Orixás. Eles nunca contaram com patrocínio em toda sua existência. “Já nos apresentamos em 282 cidades só nos Estados Unidos. Em Atlanta tem até o Dia do Balé Folclórico da Bahia no calendário da cidade. É inconcebível que a gente não conte com apoio. Há um preconceito enorme das empresas brasileiras em patrocinar cultura popular e tradicional. O resgate dessas manifestações é importantíssimo para todas as gerações futuras e para a valorização da nossa negritude”, diz Vavá.
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Teatro de rua
Aos 83 anos, Amir Haddad, um dos maiores nomes do teatro nacional, se diz extremamente angustiado com essa situação. “Não sei nem te descrever. Estou muito abalado. Tenho constantemente vontade de chorar”, conta. Fundador do grupo Tá na Rua, que está com as portas de sua sede, no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, fechadas desde março, ele perdeu a maior fonte de renda durante a pandemia, que eram suas aulas e cursos de interpretação. “Como estávamos com uma situação insuportável, fizemos uma campanha entre amigos e amigos de amigos para pagar alguns aluguéis atrasados. Fazer teatro nunca foi fácil, a gente só faz porque é inevitável, é um chamado, um apelo. Mas agora ficou impossível, porque não podemos aglomerar. Mesmo na rua. O vírus está solto”, diz Amir.
O grupo existe há 40 anos e leva o teatro para além do palco, tendo as ruas do centro do Rio de Janeiro como sua grande arena, com forte participação do público e improvisação. Como a maioria das companhias independentes, nunca contou com patrocínio. Amir começou a dar aulas on-line na pandemia, o que tem ajudado a manter alguma renda para os atores. “Cada um está fazendo o que pode. Só não estamos vendendo maconha e cocaína”, brinca. Adepto das lives – ele tinha acabado de assistir a de Seu Jorge com Elza Soares e Agnes Nunes antes de falar com a Trip por telefone –, Amir acredita que a pandemia revelou ainda mais a importância da cultura nas nossas vidas. “As redes sociais, que antes eram uma forma de brincadeira, se tornaram um lugar importante de manifestações culturais de todas as formas. A crise revelou que o que nos mantém vivos é a arte”.
Mariana Mendonça, 25, atriz do Tá na Rua, endossa o coro: “Se o teatro não tivesse se tornado uma coisa burguesa, as coisas não estariam como estão. Por isso fazer teatro na rua é tão fundamental: porque chega em todas as pessoas, sem distinção de classe ou cor. O Tá na Rua traz essa ideia de que todo mundo pode ser artista, e que o teatro se faz em qualquer lugar, sem arquitetura, sem dramaturgia, e ator sem papel”. No começo de outubro, o Tá na Rua sobe ao palco no Teatro PetraGold, no Leblon, com plateia reduzida.
Despejos
Sylvia Prado, 45, é atriz do teatro Oficina há mais de 20 anos. Ela já enfrentou diversas crises no período, nenhuma tão grave como essa. “Sofremos um despejo da nossa casa de produção, na rua Major Diogo [no Bixiga, em São Paulo], onde ficava o acervo, arquivo e figurino. Todo esse material, ou seja, a nossa memória, está hoje ensacada nas galerias do teatro. O Oficina é um teatro com uma estrutura imensa e contas altíssimas. E a gente vivia só da bilheteria”, lamenta.
Liderado por Zé Celso Martinez Corrêa, o Oficina carrega em sua arquitetura os traços de sua identidade: um teatro democrático-afetuoso, com assentos livres e estrutura não-linear, desfragmentando os limites entre o palco e a plateia. “Qual a possibilidade desse teatro voltar a existir em sua plenitude? Um espaço onde o contato e promiscuidade humana é fundamental? Vamos precisar fazer uma peça para 100 pessoas ao invés de 350? Mas qual terá que ser o valor do ingresso?”, questiona a atriz, que é mãe de Ian, 7, e mora em uma casa coletiva. Para pagar as contas, os moradores começaram a vender quentinhas veganas, a Cozinha do Vovô. “Tenho amigos fazendo telemarketing, dando aulas virtuais... Numa situação dessas, como a classe artística se vira? Com um auxílio de R$ 600? Tentamos todas as medidas emergenciais para o teatro, mas nenhuma saiu ainda. Diante dessa pandemia, a gente se depara com um governo que não tem nenhuma estrutura para acolher as diferentes formas de vida, como o teatro, as populações mais pobres, os pretos. Estamos sem chão”, explica a atriz.
O Oficina foi aprovado no edital de auxílio para espaços independentes da Secretaria Municipal de Cultura, mas a verba ainda não chegou. Como o grupo pagava seus custos e uma equipe com mais de 60 funcionários com a renda da bilheteria, na pandemia fizeram campanhas de arrecadação virtual e entraram na leva das encenações virtuais, como “O Bailado do Deus Morto”, aos domingos, com ingressos a partir de R$ 10.
Já Paulo Faria, 55, diretor da Companhia de Teatro Pessoal do Faroeste, sofreu um duplo despejo. Além de ter recebido um oficial de justiça com ordem para desocuparem o prédio da companhia teatral, no último mês, precisou também deixar o apartamento em que morava, há algumas quadras do Faroeste, na Cracolândia, em São Paulo, por falta de pagamento de aluguéis. “A gente não sabe o tanto de despejo que já está acontecendo. E no nosso bairro estão indo a rodo, porque são muitas famílias que moram em cortiços. Quase 500 famílias do entorno deixaram de vir retirar as cestas, o que quer dizer que elas já foram morar na rua”, diz. Para diminuir a dívida do Faroeste, que chega a R$ 200 mil, foi feita uma live com Otto, Preta Ferreira, da Ocupação Nove de Julho, e Mel Lisboa, que é atriz da companhia, no último domingo (13), além de uma vaquinha on-line.
O Faroeste está sem patrocínio há um ano. “O pensamento crítico que o teatro proporciona vem sendo desmontado. É isso que está sendo desmobilizado quando a gente vê um despejo como esse”, finaliza Paulo. No final de agosto, a Câmara dos Deputados derrubou o veto ao artigo que proibia despejos de inquilinos durante a pandemia.
Balé da Resistência
Antes mesmo dos primeiros sinais da pandemia que alastraria o mundo, Deborah Colker, 60, começou a montar um projeto chamado “Cura”, fruto do envolvimento da coreógrafa com seu neto Theo, 11, portador de uma doença genética rara que provoca o surgimento de feridas. “Naquela época, nem sabia que iria vir coronavírus e Bolsonaro”, dispara. Carlinhos Brown, compositor da trilha do espetáculo, foi quem incentivou Deborah a levar esse projeto adiante na pandemia. “Ele me disse: ‘Você está fazendo um espetáculo que se chama cura não é à toa. Coloca isso público, é o momento’. Peguei essa música que ele fez, que se chama 'Bandagem', por conta dos curativos do meu neto, e fiz um mini doc”, conta.
Na companhia, os bailarinos tiveram redução salarial e diminuição da jornada, passando de 7h45 de ensaios diários para 2h30, pelo Zoom. Quatro bailarinos foram dispensados. Deborah precisou usar dinheiro pessoal para manter sua companhia e as duas escolas de dança, na Gávea, e na Glória, no Rio. Sem patrocínio desde novembro do ano passado, a coreógrafa, que foi diretora de movimento da Olimpíada do Rio, em 2016, alfineta: “Estamos enfrentando um governo que fala que tudo o que a gente produz de cultura é lixo. Depois de 27 anos, uma companhia desse tamanho, com a quantidade de profissionais, precisar ficar raspando o tacho? Estamos em procedimento de guerrilha. A Petrobras não renovou com a gente por conta desse novo governo, que vive em pé de guerra com a cultura”. Deborah confessa que chegou a pensar em desistir e fechar tudo até que a situação se revertesse, mas lembrou do começo da companhia, quando também não tinham patrocínio: “Tem uma hora que o que não te mata te fortalece”.
A partir de meados de julho, os bailarinos voltaram a ensaiar presencialmente, com todos os protocolos. Já as escolas só abriram em setembro. Deborah lembra que a cultura é um vetor importante para rodar a economia já que, além dos bailarinos, emprega uma infinidade de profissionais, como equipe técnica, camareiros, maquiadores, cenógrafos, produtores etc.
Na Cisne Negro Cia de Dança, na Vila Madalena, em São Paulo, todos os bailarinos foram desligados por conta da pandemia. “Chorei horrores, pela primeira vez na história não pude renovar o contrato com eles”, conta Dany Bittencourt, 53, diretora e coreógrafa da companhia. Com a reabertura gradual das atividades na cidade, eles têm se apresentado esporadicamente em eventos, especialmente solos, e a verba é repartida entre todos. No próximo dia 3, eles apresentam o espetáculo “Variações em Prece”, uma dança em forma de oração, de forma virtual, no Teatro Safra. “É uma homenagem a todos que sofreram com a Covid”, explica Dany. “A companhia tem 43 anos de idade. Já passamos por períodos tensos, como na era do Collor, quando todo nosso dinheiro ficou preso. Mas nunca ficamos como agora.” A companhia também está sem patrocínio.
Corpo Estável
Apesar de ser mantida pelo Governo, a São Paulo Companhia de Dança contou com redução de 50% da verba por três meses na pandemia. Os salários já voltaram ao normal e a companhia conseguiu evitar demissões. Com sobra de tempo, eles decidiram criar. Convidaram bailarinos de fora do Brasil para interações artísticas nos ensaios virtuais pelo Zoom – que deram de presente duas coreografias que serão encenadas no canal de YouTube da companhia, gratuitamente – e lançaram um podcast “Contos do Balé”, sobre as histórias de clássicos como “Dom Quixote”, “A Flauta Mágica” e “O Lago dos Cisnes”. “Nosso maior desafio é encontrar maneiras de continuar criando e levar nossa arte até o público, dentro da nossa realidade”, diz Inês Bogéa, 55, diretora executiva e artística da companhia.
“Eu tinha uma reserva de dinheiro, então nesse período de redução não foi tão complicado. Eu divido as despesas com meu noivo, o que também facilitou”, conta o bailarino Nielson Souza, 30, da São Paulo Companhia de Dança. “A parte mais difícil para mim foi manter o corpo. Engordei três quilos, porque o ritmo de ensaios mudou completamente, não temos mais condicionamento físico individual. E a saúde mental também. Tenho ficado muito mais ansioso. Estamos numa constante busca por perfeição na dança, mas ela é ainda mais inatingível agora”, reflete Nielson.
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Auxílio Emergencial
O prestigiado grupo teatral Magiluth tinha acabado de estrear a peça “Apenas o Fim do Mundo”, no Sesc Paulista, e de inaugurar um casarão no bairro de Boa Vista, no centro de Recife, um pouco antes das atividades serem paralisadas por conta da pandemia. “Era um ano cheio de promessas e de repente a gente entrou em falência. Todo o dinheiro de caixa de 15 anos do grupo tinha ido para essa casa. Ficamos em uma situação muito difícil”, conta Giordano Castro, 34, diretor, ator e um dos fundadores do Magiluth. Por terem feito um trabalho com a Globo, em 2018, e por conta da casa ter somente um mês, eles não conseguiram ser contemplados pela Lei Aldir Blanc, que prevê auxílio financeiro para a manutenção de espaços culturais e pagamento de renda emergencial a trabalhadores do setor.
Nenhum dos integrantes da companhia conseguiu receber o auxílio emergencial pago aos informais e trabalhadores do setor cultural no valor de R$ 600. “Fazer teatro sempre foi uma guerrilha no Brasil, mas num governo que descredibiliza o fazer artístico, se torna ainda mais difícil. A gente vem percebendo, desde que o Temer assumiu, e agora com o Bolsonaro, uma diminuição dos festivais, dos prêmios e dos apoios”, diz Giordano.
O último patrocínio que o grupo Cena 11, de Florianópolis, recebeu foi em 2012, da Petrobras. Alejandro Ahmed, 49, diretor da companhia de dança desde os anos 90, conta que os auxílios referentes aos grupos via lei ainda não estão disponíveis em Santa Catarina e hoje em dia existe somente um único edital em vigor no estado, o Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura: “O valor começou com R$ 200 mil, passando para R$ 150, R$ 100, e agora R$ 80 mil”. Segundo ele, é um grande erro não investir na cultura, já que são as investigações artísticas que permitem uma reflexão sobre a realidade do mundo. “Os países desenvolvidos têm na arte e na ciência seus pontos de fortalecimento da autonomia. Toda tecnologia precisa ser operada por uma cultura. Não foi a economia quem inventou a cultura, mas o contrário”, explica.
O Cena 11 existe há 26 anos e ganhou notoriedade por acolher os diferentes tipos de corpos de seus bailarinos e por brincar com a gravidade, com a presença de diferentes tipos de “quedas” em cena. “Qualquer corpo que consiga se articular com as nossas ideias pode dançar. Corpo é o modo como você pensa”, conta Alejandro. O grupo estava com um trabalho para estrear antes da pandemia, na Alemanha, chamado “Matéria Escura”, que transforma a frequência sonora em vibração mecânica. Graças à coprodução alemã, eles conseguiram receber um valor de € 20 mil na época.
“Todo mês eu fico achando que vamos fechar. Estamos sempre na beira do precipício”, confessa Mário Bortolotto, 57, fundador do Cemitério de Automóveis, em São Paulo. O grupo tem feito lives, o que tem ajudado a amenizar as contas do espaço que fica na rua Frei Caneca, rua boêmia de São Paulo. “A nossa renda vinha majoritariamente do bar, que está fechado desde março. Está muito complicado porque as contas não param”, conta. Eles estão à espera da 1ª Edição de Premiação de Espaços Culturais Independentes que realizam atividades culturais na cidade de São Paulo, que vai dar oferecer um respiro nas contas por dois meses. Apesar de estarem com as portas do teatro fechadas, Mário está em plena produção. Ele está aproveitando a pandemia para escrever três livros – um romance, um de crônicas e uma compilação de poemas. “Continuo trabalhando muito, só não estou ganhando”, diz. O grupo levou também o “Terça em Cena”, uma série de experimentações curtas, para o virtual, com ingressos a R$ 15.
Momento político e pandemia
Todas as companhias ouvidas pela Trip foram unânimes em afirmar que o país já vinha sofrendo uma perda no setor cultural há algum tempo. Vale lembrar que, ao ser eleito presidente, Bolsonaro anunciou a extinção do Ministério da Cultura, sendo incorporado ao recém-criado Ministério da Cidadania. Em seguida a Secretaria Especial da Cultura foi transferida para a pasta de Turismo. Em abril, o presidente anunciou via Twitter que o governo federal faria uma “revisão” dos contratos da Petrobras que estão em vigor para patrocínios ligados ao setor de cultura. De acordo com a publicação, o objetivo é “saber o que fazem com bilhões de reais da população brasileira”. Lançado em 2003, o Programa Petrobras Cultural patrocina projetos de música, artes cênicas e audiovisual e mais de 4 mil ações já foram contempladas do programa.
Segundo estudo realizado pela FGV, em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa e o Sebrae, os setores cultural e de economia criativa estão entre mais prejudicados pela pandemia. No Brasil, o setor de economia criativa corresponde a 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB) e é responsável por 4,9 milhões de postos de trabalho. Em São Paulo, essa participação é de 3,9% do PIB do Estado e 1,5 milhão de empregos. Ainda de acordo com a pesquisa, 88,6% afirmaram ter registrado queda de faturamento, 63,4% contaram que não é possível realizar atividades enquanto perdurarem as medidas que vetam o contato físico, 50% tiveram projetos suspensos e 42%, cancelados. Com relação à captação de recursos, 38% informaram ter perdido patrocínios obtidos antes do início da crise.
“A maior perda da pandemia foi a nossa dignidade. A gente já vinha passando por uma situação bem complicada no país em relação à cultura. Agora ficamos sem rumo. Estamos com uma desesperança muito grande porque vimos o quão estamos abandonados. Mas acho que ganhamos em solidariedade. Tenho uma amiga que mora na Suíça que disse que foi o melhor verão da vida dela. As pessoas lá passaram a se olhar nos olhos nas ruas e a se cumprimentarem”, conta Vavá Botelho, do Balé Folclórico de Salvador.
Apesar das dificuldades, Amir Haddad também segue otimista: “Quando pudermos nos ver, vamos criar uma ressignificação dos espaços públicos. As ruas e praças vão deixar de ser espaços de passagem e as pessoas vão aproveitar melhor as cidades em que vivem. Vamos nos abraçar mais, beijar mais. Será um grande baile de alegria”, profetiza.
Créditos
Imagem principal: Balé Folclórico da Bahia / Espetáculo Herança Sagrada / Foto Vinicius Lima