Padecentes
Padecemos da realidade que nos cerca. Vivemos a louca tentativa de esquecer o passado e aceitamos o futuro seja ele como for. Não conhecemos quase ninguém com profundidade. A outra pessoa que não conhecemos não é mais uma promessa do novo, do diferente, do verde e da clorofila da descoberta. Antes, o outro é uma ameaça. Alguém que tememos possa nos ferir, magoar e acabar conosco. Por isso estamos reduzidos à solidão. E as respostas que damos são as bebidas, drogas, jogos eletrônicos, comunicação virtual, sites de relacionamentos na internet e toda essa gama de entretenimentos e “diversão”.
Fazer o que, não é mesmo? Somos seres compostos de muito líquido. A maior parte de nós é água. Talvez por isso tudo tenda a se mexer e movimentar dentro da gente. Tudo sobe e tudo que sobe desce. E vai subir e descer novamente até o fim dos nossos dias. Não podemos é estagnar. Porque então nos tornamos água parada, pasto farto para vidas tão minúsculas que nem conseguimos ver...
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Luiz Mendes
02/06/2011.