Outros carnavais

por Diogo Rodriguez

Há 15 anos pluralizando o Carnaval de Recife, o festival Rec Beat vai de novo a São Paulo

Já é tradição em Recife. Todo ano a cidade se enche de música pernambucana na época do Carnaval, levando milhares de pessoas para a rua. Mas não estamos falando do feriado mais representativo do Brasil e sim do Rec Beat. Há 15 anos aconteceu a primeira edição do festival de nova música que hoje reúne nomes locais e internacionais.

Vinte mil pessoas chegam a ocupar o Cais da Alfândega para ouvir sons de todos os estilos. Em 2010 serão bandas íbero-americanas, um bluesman americano, Céu, Cidadão Instigado, e mais um punhado de novos grupos pernambucanos, honrando o passado do festival (veja a programação completa do Rec Beat).

Cordel do Fogo Encantado, Nação Zumbi e outras bandas eminentes da música nacional atual foram revelados pelo Rec Beat, que é organizado pelo jornalista Antonio Gutierrez, o Gutie. São Paulo recebe uma versão enxuta do festival em expansão durante três noites após o Carrnaval. Serão três bandas de Pernambuco e três estrangeiras no Sesc Pompeia - com o nome de Pompeia Beat.

Apesar da sobreposição com o Carnaval, Gutie explicou à Trip que o Rec Beat nunca quis fazer frente à festa e sim complementar os múltiplos sons que correm pelas ruas do estado nessa época do ano.

 

Por que o Rec Beat veio para São Paulo?
É uma coisa que está acontecendo naturalmente com o fetsival. Ele está crescendo, ganhando visibilidade, estão aparecendo muitos convites [para fazer em outros lugares]. Mas estou segurando, não quero transformar num festival fast-food. O Pompeia [Beat] é estratégico também porque além de ser uma cidade por onde todas as bandas internacionais passam, é uma oportunidade para que São Paulo conheça as novidades pernambucnas e internacionais que não se apresentam aí. O festival acaba cumprindo sua função, que é levar coisas novas para o público. A maioria das bandas que a gente traz dificilmente passaria por Recife ou São Paulo.

O que você pessoalmente destacaria?
Todas as vinte bandas estão aí porque eu acho que vão ter visibilidade. Pode surpreender o público brasileiro o Puerto Candelaria, Ojos de Brujo; Cabezas de Cera também é interessante. Para o público pernambucano, Lucas Santtana, Gabi Amarantos; o Cidadão [Instigado] é conhecido aqui, mas nunca tocou no Rec Beat. A Céu vai ser legal também porque ela nunca entrou num palco no meio da rua aqui em Recife.

Desde seu início, o festival acontece na época do Carnaval. O Rec Beat começou como oposição ou complemento ao Carnaval?
Comecei o Rec Beat no Carnaval exatamente para mostrar ao público folião um pouco da nova música pernambucana, mas não no sentido de confronto, no sentido de complemento. A nossa intenção sempre foi incorporar dentro da pluralidade que é o Carnaval pernambucano. Há 15 anos isso parecia estranho. Recebíamos muitas críticas dos mais puristas. Com o tempo [se viu] que o Rec Beat anteviu um conceito de Carnaval multicultural.

Pompeia Beat

Quinta (18/02)
Kevin Johansen (Arg) e A Banda de Joseph Tourton (PE)

Sexta (19/02)
Madensuyu (Bel) e Diversitronica (PE)

Sábado (20/02)
Cabezas de Cera (Mex) e Ska Maria Pastora (PE)

Onde: SESC Pompeia - Choperia (Rua Clélia, 93 - Pompéia - São Paulo/SP)
Quanto
: R$ 24 (inteira), R$ 12 (meia) e R$ 6 (trabalhadores associados do SESC e dependentes)

 

 

 

fechar