No primeiro dia do Maquinária, os vocalistas comandaram o palco; Mike Patton foi destaque
Foi o dia dos vocalistas no palco principal do Maquinária Festival, em São Paulo. Carismáticos, os frontmen empolgaram o público e conduziram as apresentações das bandas no primeiro dia de shows.
Primeiro vieram os brasileiros do Nação Zumbi, seguidos pelos compatriotas do Sepultura. Fazia muito sol na Chácara do Jockey e quando uma música era mais empolgante, uma poeira vermelha tomava conta do horizonte. Derrick Green, o americano do Sepultura, dedicou a canção “Roots” aos que estavam levantando a “maldita poeira”, tocou percussão e foi o destaque dos metaleiros.
Em forma e tendo feito um show competente, o Sepultura deixou o palco para que os americanos do Deftones destilassem sua mistura de metal, rock alternativo e punk. Apesar de ter feito um show mais morno do que o Sepultura, ainda assim o vocalista Chino Moreno conseguiu empolgar com uma grande performance no palco e até no meio da platéia: durante "Hexagram", ele desceu para cantar junto ao público.
Preocupado com efeitos visuais, o Jane's Addiction tocou em seguida, trazendo duas dançarinas que se vestiram de gueixas (de espartilho e vestido curtíssimo) e imitaram a capa do primeiro disco da banda, Nothing's Shocking, sentadas uma ao lado da outra em um banco. O repertório foi baseado nesse álbum e no segundo, Ritual de Lo Habitual: “Mountain Song”, “Stop!” e “Been Caught Stealing”, entre outras. Perry Farrell (vocalista), vestia uma roupa preta cintilante, que lembrava o figurino do personagem Tony Manero, de Embalos de Sábado À Noite. Escolha justificada, já que Farrell dançou e rebolou intensamente durante a apresentação, mais até do que as dançarinas.
Então veio o show mais esperado da noite, Mike Patton e seu Faith No More. Logo no começo, Patton conquistou o público falando um português razoavelmente articulado (apesar de pronunciar algumas palavras com sotaque espanhol) e fazendo um grande número no palco. Chovia em São Paulo e o líder da banda disse ao público, empunhando um guarda-chuva: “Estamos molhados. Secos e molhados”. Os hits não demoraram a vir, com “From Out Of Nowhere” “Easy” e “Epic” sendo executadas logo no começo do show. Patton enfiou o microfone na boca, falou palavrões, cantou em português ("Ela É Carioca", que virou “ela é paulista”), desceu à grade que separava o público para que os fãs gritassem palavrões, fez um show à parte. O público respondeu à altura cantando junto e aplaudindo Patton e recebeu de presente dois bis.
Hoje o Maquinária continua com as apresentações de Duff McKagan Loaded, Danko Jones, Dir En Grey, Panic! At The Disco e Evanescence.
Confira a programação completa do Maquinária Festival