Onde menos se espera: orgasmo em cima da bicicleta?

por Isabela Mena
Trip #233

Sim, isso virou piada interna em grupo noturno de bikers

Orgasmo em cima da bicicleta? Sim, isso virou piada interna em grupo noturno de bikers de São Paulo. Como toda brincadeira tem um fundo de verdade, fomos averiguar o que rola...

Tudo começou com um texto circulando on-line entre cicilistas, postado originalmente na página do grupo Bike N’ Beer no Facebook. Escrito pela dona de casa Roberta Nogueira, 46 anos, integrante do BNB, o artigo citava um estudo da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, sobre orgasmo feminino durante a prática de exercícios que envolvem a região do core (abdominal), o chamado “coregasm”. O texto provocava mulheres pudicas, fazia trocadilhos infames e falava tanto de endorfina quanto de tesão – e a relação disso com pisos irregulares.

Existe uma diferença entre o estudo americano (feito com spinning) e pedalar ao ar livre: o atrito com o chão, que faz com que a bike vibre. Nesses momentos, o selim da bike deixa de ser um carrasco (provocando as inevitáveis dores no dia seguinte) e se transforma num instrumento de prazer. “Tem uma rua de paralelepípedos na Mooca, em São Paulo, que dá o maior tremelique. Uma vez brinquei com a mulherada dizendo ‘vamos mudar de posição que este é o maior vibrador da Terra’”, se diverte Roberta. Ela conta que, quando há esse tipo de rua no roteiro, o grupo inteiro levanta os braços e grita “paralelepííííííípedo”. “Virou piada. Agora eu levanto a bunda do selim e passo pelo grupo falando: ‘Não tô fazendo nada, não tô fazendo nada’”, conta, rindo.

A maior parte dos integrantes do BNB é homem, e eles sabem dessa história. “É engraçado estar rodeada de caras...quando começo a embalar, já penso se alguém está me olhando”, diz Karin Coltro, 37 anos, servidora pública federal. No grupo há um ano, ela teve sua experiência mais forte de orgasmo na bike na Estrada da Manutenção, a caminho de Santos, no litoral paulista. “Foi totalmente inesperado. O trecho trepidava muito e, no que fui me ajeitando para que o banco não incomodasse, encontrei uma posição e rolou. Mas não tem espaço pra fantasia, só é sexual porque é orgasmo. É do tipo ‘uau, de onde vem isso?’.”

O test drive da repórter

Para esta reportagem, me propus a fazer o teste do coregasm. No percurso do qual participei, a turma do BNB carinhosamente incluiu uma rua trepidante – mas, infelizmente, nada aconteceu comigo. Em minha defesa, digo que era uma rua muito curta (não tinha nem 500 metros!). E, pôxa, era a minha primeira vez. Mas já combinamos um próximo pedal trepidante, desta vez na tal rua de paralelepípedos no bairro da Mooca, que é bem longa e, não por acaso, foi apelidada de Moooooooca.  

Vai lá: Bike n’Beer 

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