Para inaugurar a seção que vai chutar cachorro morto, cobrimos o evento mais quentão de São Paulo: o primeiro Arraiá Erótico
TEXTO E FOTOS BRUNO TORTURRA NOGUEIRA
Polpuda fatia de meu batente é vaporizada em uma tarefa que varre a parca fé que tenho no ser humano. Apagar releases que, às centenas, batem à minha caixa postal. São clínicas de estética para cães, aniversários de coadjuvantes da Malhação, novos conceitos em tratamentos para micose, sugestões de presentes para o Dia do Balconista... Gente ganhando a vida para convencer redações de que qualquer coisa é notícia. Em uma eureka! capenga, concluímos que a melhor vingança é a rendição – vocês venceram, assessores de imprensa. Vamos cobrir um release. Com vocês, o 1º Arraiá Erótico de São Paulo.
Carne, muita carne. Nas bandejas de espetinho e pelo ar, no aroma impregnante da churrasqueira. E na suculência das moças que dão duro na indústria pornô nacional. Como Belinha e Patrícia Ventura, atrizes, fazendo bico na barraca do beijo. O freguês roda a roleta e tem o direito de dar uma bicota onde a sorte determinar: do pescoço à virilha delas. No estande ao lado um casal lascivo segura as varas da pescaria. Basicamente: um anzol que fi sga um sutiã estourando nos seios emborrachados de uma diva. “Pesquei uma piranha!”, era o bordão. A fi la é grande, não se engane. Uma horda de homens, confessos maratonistas de Onan, doidos para tocar uma. Uma moça, veja bem.
CHURRASCO LÚBRICO
Homens, muitos homens. De espetinho e câmera de celular na mão. Um popô bem fornido se alonga defronte à barraca da pipoca. Pipocam fl ashes das mãos cabeludas. Uma mais empolgada belisca o mamilo, e a mídia cai matando. Pois sim, eis outro defeito do release: toda a imprensa o recebe. E quem no jornalismo não cai de boca em um furo como esse? Rede TV!, Bandeirantes, Terra, Playboy... a lista vai longe.
Pançudos perdidos entre fotógrafos, profissionais do sexo assistindo a uma simulação de coito ao som de Whitney Houston debaixo de bandeirinhas de São João e banners oferecendo maçã do amor enquanto Márcia Imperator, vestida de noiva, cruza com Carlão Bazuca, prontos para a quadrilha sensual. O release cumpre a promessa. É como se o texto do assessor gritasse como uma atriz XXX: me fode, me fode!
Uma sensação oca me inebria dentro da lúbrica nuvem de churrasco. Um mero delete não seria melhor destino para aquele e-mail? Uma entrevista, quiçá, com o criador do evento perguntando sem parar “como assim? Como assim?”. Quando espremido entre a imprensa, pornógrafos e manés, recordei o real sentido daquela festa: inaugurar na Trip, com a categoria que merece, a seção O Pior Release do Mês. Foi bom pra você?
Polpuda fatia de meu batente é vaporizada em uma tarefa que varre a parca fé que tenho no ser humano. Apagar releases que, às centenas, batem à minha caixa postal. São clínicas de estética para cães, aniversários de coadjuvantes da Malhação, novos conceitos em tratamentos para micose, sugestões de presentes para o Dia do Balconista... Gente ganhando a vida para convencer redações de que qualquer coisa é notícia. Em uma eureka! capenga, concluímos que a melhor vingança é a rendição – vocês venceram, assessores de imprensa. Vamos cobrir um release. Com vocês, o 1º Arraiá Erótico de São Paulo.
Carne, muita carne. Nas bandejas de espetinho e pelo ar, no aroma impregnante da churrasqueira. E na suculência das moças que dão duro na indústria pornô nacional. Como Belinha e Patrícia Ventura, atrizes, fazendo bico na barraca do beijo. O freguês roda a roleta e tem o direito de dar uma bicota onde a sorte determinar: do pescoço à virilha delas. No estande ao lado um casal lascivo segura as varas da pescaria. Basicamente: um anzol que fi sga um sutiã estourando nos seios emborrachados de uma diva. “Pesquei uma piranha!”, era o bordão. A fi la é grande, não se engane. Uma horda de homens, confessos maratonistas de Onan, doidos para tocar uma. Uma moça, veja bem.
CHURRASCO LÚBRICO
Homens, muitos homens. De espetinho e câmera de celular na mão. Um popô bem fornido se alonga defronte à barraca da pipoca. Pipocam fl ashes das mãos cabeludas. Uma mais empolgada belisca o mamilo, e a mídia cai matando. Pois sim, eis outro defeito do release: toda a imprensa o recebe. E quem no jornalismo não cai de boca em um furo como esse? Rede TV!, Bandeirantes, Terra, Playboy... a lista vai longe.
Pançudos perdidos entre fotógrafos, profissionais do sexo assistindo a uma simulação de coito ao som de Whitney Houston debaixo de bandeirinhas de São João e banners oferecendo maçã do amor enquanto Márcia Imperator, vestida de noiva, cruza com Carlão Bazuca, prontos para a quadrilha sensual. O release cumpre a promessa. É como se o texto do assessor gritasse como uma atriz XXX: me fode, me fode!
Uma sensação oca me inebria dentro da lúbrica nuvem de churrasco. Um mero delete não seria melhor destino para aquele e-mail? Uma entrevista, quiçá, com o criador do evento perguntando sem parar “como assim? Como assim?”. Quando espremido entre a imprensa, pornógrafos e manés, recordei o real sentido daquela festa: inaugurar na Trip, com a categoria que merece, a seção O Pior Release do Mês. Foi bom pra você?