Rodeado por naufrágios, tubarões e um mar revolto, esta pousada no meio do Oceano Atlântico não é para os fracos
Tempestades com a força de um furacão chicoteiam o pilar degradado, repleto de aços enferrujados com pontas afiadas. Tubarões à espreita circulam os navios naufragados. Num cenário que poderia ser de um filme de Hollywood se encontra o hotel mais perigoso do mundo. Trata-se do The Frying Pan Tower, um antigo farol que Richard Neil remodelou peça a peça e transformou em um hotel a uma distância de mais de 50 quilômetros do litoral do estado norte-americano de Carolina do Norte, no chamado “cemitério do Atlântico”. Muitos marinheiros perderam suas vidas nos mares revoltos daqui, na insana navegação pela densa neblina da região. Isso gera até hoje numerosas carcaças de navios, que encontram seu último repouso no fundo do mar. Tratamentos de beleza, um vasto programa de atividades de lazer e uma piscina com borda infinita não são encontrados por aqui, em compensação, existe todo tipo de aventura.
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O antigo farol fica a cerca de 25 metros acima do nível do mar. A plataforma só pode ser alcançada por meio de barco ou helicóptero, uma empreitada não tão inofensiva em meio a ondas e tempestades. Richard explica como a mudança de clima na torre é rápida: “Uma vez os mergulhadores que estavam trabalhando nas câmeras subaquáticas pegaram um vento forte repentino e as ondas subiram rapidamente. Um dos mergulhadores foi ferido acidentalmente quando tentava subir na cadeira para ser guinchado de volta e ela foi varrida para debaixo da torre”.
Na The Frying Pan Tower existem oito quartos no total. A cozinha aberta é compartilhada por todos os hóspedes. Grande parte do inventário é original, relíquias fascinantes de quase 50 anos que dão um charme próprio ao lugar.
Aqui não existe um hóspede típico, diz Richard. “Alguns são jovens e aventureiros, outros vêm só para curtir o nascer e pôr do sol, para pescar e vivenciar o oceano de uma plataforma estática (e isso significa sem enjoos).” Então o hotel mais perigoso do mundo também pode ser diferente: águas cintilantes, tanto quanto os olhos podem ver, uma vista única e sem obstáculos do sol que se põe no mar.
Aventura cara
A aventura de isolar-se do mundo exterior, no entanto, não é muito barata. São cerca de US$ 600 por pessoa para três dias e duas noites – sem incluir os custos do transporte aéreo. O transfer de helicóptero custa cerca de US$ 1 mil. Quem quiser gastar menos pode se alistar como ajudante.
Na plataforma existe muito o que fazer e Richard está sempre à procura de voluntários que queiram passar um final de semana ou uma semana nesse hotel inusitado em troca de trabalho. Algumas janelas antigas precisam ser trocadas, a área de pouso do helicóptero necessita de pintura e vários trabalhos de manutenção estão pendentes. “Nós instalamos ontem à noite uma luz vermelha no topo da torre e há uma longa lista de reparos para fazer.”
Vai lá: www.fptower.com
Créditos
Imagem principal: Richard Neil
