O discurso do rei
Sonho da casa própria? A família Bates tem o próprio país
O falecido Roy Bates sorri com o seu país-plataforma ao fundo / Créditos: REX Features/Philippe Hays
Por Gabriela Sá Pessoa Trip #225
em 19 de setembro de 2013

Levando em conta a tradição monárquica britânica, o major reformado Roy Bates, morto no ano passado, teria mínimas chances de figurar entre as altas rodas da corte e seguiria como mais um veterano da Segunda Guerra fissurado por rádios piratas.
As normas, porém, não o impediram de ver o rosto da família dele cunhado em selos postais da realeza. Como? Em 1967, ele fundou o próprio país em uma plataforma naval abandonada em águas internacionais do Atlântico, a 10 quilômetros da costa britânica. O sonho da vida dele chama-se Principado de Sealand e tem 550 metros quadrados, além de bandeira, passaporte, moeda própria e time de futebol. Conversamos com o príncipe Michael Bates, filho de Roy.
Quem vive em Sealand? Temos dois moradores que ficam lá o tempo todo e às vezes alguns visitantes.
Quanto tempo você passa lá? Eu viajo muito, então não fico muito tempo no país. Acabei de voltar de um congresso em Las Vegas, nos EUA.
Você trabalha? Como o reino se sustenta? Trabalho na área de segurança de informação. Somos financiados pelas pessoas que contribuem conosco comprando títulos de nobreza – condes, barões, lordes e ladies [quem quiser ser conde de Sealand, por exemplo, precisa desembolsar 30 libras].
Em 2007, o site de downloads de música e filmes Pirate Bay tentou comprar o território para instalar lá seus servidores. Como anda a negociação? Eles começaram a juntar dinheiro, mas não estamos mais negociando. Nosso país não está à venda. Sealand não é reconhecido como país pela ONU. Qual será o futuro dele? Quem sabe o dia de amanhã?
Vai lá: sealandgov.org
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