Highway to death

por Piti Vieira
Trip #261

Paulo Amaral, 37 anos, é dono da marca Joe King, que produz, à mão, capacetes disputados por motociclistas do mundo todo. Entre seus clientes estão Brad Pitt e Motörhead

Paulo Amaral (abaixo na primeira foto), 37 anos, é dono da marca Joe King, que produz, à mão, capacetes disputados por motociclistas do mundo todo. Entre seus clientes estão Brad Pitt e membros do Motörhead e do Queens of the Stone Age. Em outubro, Paulo, que mora em São Paulo, foi o único brasileiro convidado a participar do Death Valley Run, um encontro fechado de motociclistas no Vale da Morte, na Califórnia. O passeio é organizado pelo americano Troy Critchlow, que distribui pessoalmente cartões de visita com a data, o local de encontro e o horário da saída para cerca de 70 amigos, entre 30 e 60 anos, todos donos de Harleys produzidas antes dos anos 70. Pedimos para Paulo contar os melhores momentos da viagem. 

Dia 1

Nos encontramos em um posto de gasolina perto de Los Angeles. Como as motos são antigas, elas vão quebrando no meio do caminho e há diversas paradas para reparos, tomar cerveja e conversar. Chegamos ao Death Valley no fim da tarde. Dormimos em barracas em um posto de gasolina. Ainda fizemos uma fogueira e ficamos bebendo e conversando.

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Dia 2

Partimos para uma cidade chamada Shoshone. Um visual maravilhoso. Parece que se está em Marte. Ficamos em uma área de camping decente desta vez. Neste dia, uma panhead pegou fogo. Apagamos com terra e alguns caras  a desmontaram e remontaram, e assim ela rodou até o fim da viagem. Ah, teve festa quando ela deu partida novamente.

Dia 3

Tomamos café da manhã em um pequeno restaurante – demorou 2 horas para atender a todos. Fomos para Las Vegas. Entre uma moto quebrada e outra, chegamos às 17h. Na cidade, ninguém quis ficar na parte nova. Fomos para um hotel downtown. Entre limusines cafonas, cogumelos e strippers, o que acontece em Vegas fica em Vegas.

Dia 4

De ressaca, só conseguimos sair às 13h para uma perna de 440 quilômetros até Los Angeles. Mas no lugar onde quase nunca chove caiu uma tempestade e, com água, essas motos antigas acabam parando – ou por causa do magneto na bateria que molha ou então pelo cabo de vela que fica ensopado. E os caras a 110 km/h sem para-lama na frente. Paramos em um cassino fora de Vegas. Alguns ficaram ali e outros, como eu (meu voo era no dia seguinte) e o Troy, esperaram a chuva melhorar e voltaram para a estrada. Saímos às 21h e chegamos de madrugada.

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