Jazz na Fábrica

por Gabriela Sá Pessoa

Com mais de 30 atrações, festival ocupa os palcos do Sesc Pompeia a partir desta quinta-feira

A terceira edição do festival Jazz na Fábrica tem uma grande bandeira: a pluralidade. A partir desta quinta-feira (1º/8), mais de 30 atrações ocuparão o Sesc Pompeia com música boa e, principalmente, diálogo. Somados às referências clássicas do gênero, sons africanos e latino-americanos também devem protagonizar os palcos do evento.

Isso porque os músicos Afrikhanita (Angola), Richard Bona (Camarões) e Álvaro Montenegro (Bolívia) dividem o line up com gigantes como Macy Gray, que divide o palco com o David Murray Infinit Quartet. “A participação de Macy Gray é, por si só, surpreendente em função do contexto: uma estrela vindo como crooner convidada de uma big band e executando um repertório diferente do seu – basicamente de clássicos do jazz – mas que é também a referência mais forte na sua formação musical”, comenta o curador Thiago Freire, que também destaca as apresentações de McCoy Tyner (pianista que já tocou com John Coltrane), Cassandra Wilson, Dr Lonnie Smith e da brasileira Eliane Elias. “A presença deles na programação é considerada por nós uma oferta especialmente importante.”

Além dos shows mais concorridos, que acontecem no teatro e na choperia da unidade, o festival promove eventos descolados dos palcos principais. Serão shows gratuitos no deck da unidade (Jazz ao por do sol) e na rua central (Jazz na rua), com músicos menos conhecidos do grande público – mas não menos excitantes. Daniel Nogueira, do Projeto Coisa Fina e do Bixiga 70, toca ao lado de Denilson Martins (Banda Paralela, Coisa Fina e Orquestra Jovem Tom Jobim) enquanto percorrem a área externa do Sesc Pompeia com clássicos do nosso samba-jazz, composições próprias e improvisações.

O destaque da programação alternativa fica para as apresentações da série Café com Leite, na choperia. “É o nome que damos a uma parte da programação que traz nomes jovens em sua maioria, de Minas Gerais e São Paulo. São músicos de imenso talento, que circulam na noites de Belo Horizonte e de São Paulo e que tem angariado um certo respeito da crítica e dos músicos com carreira mais consolidada”, lembra Thiago, “é uma ótima opção para quem quer conhecer a nova cena do jazz e da música instrumental brasileira e, claro, para quem não conseguir ingressos para os shows mais concorridos”.

Entre tantas atrações, o curador acredita que quem pode surpreender é o franco-libanês Ibrahim Maalouf. “Boa parte do público paulistano talvez não o conheça. Esse cara é um acontecimento atualmente na Europa, sobretudo na França. Muito criativo, transita entre o viés étnico, a ousadia melódica e as diversas roupagens do jazz como o traditional, o funk, e o groove, com elegância e uma técnica invejável ao trompete”, aposta.

A programação completa você encontra no site da instituição, clicando aqui

Vai lá: Jazz na Fábrica – Sesc Pompeia, r. Clélia, 93, Pompeia, São Paulo, SP, (11) 3871-7700. R$ 10 a R$ 50 (teatro); R$ 6 a R$ 30 (choperia) e grátis (demais atrações). De 1º/8 a 1º/9

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