Curtas do Dia
Honestidade
De repente, em uma região da Inglaterra, espalhou-se o rumor que determinado caixa eletrônico daquela localidade estava fornecendo o dobro a mais de dinheiro que o digitado (fato verídico). As pessoas da cidade acorreram ao banco para aproveitar a oportunidade. Uma fila quilométrica foi formada. O banco, em vez de processar e exigir a devolução do dinheiro ilegalmente retirado pelas pessoas (e atingiu um grande montante), decidiu assumir os prejuízos e a questão foi abafada.
Hoje, anos depois, este acontecimento virou folclore na cidade e é lembrado com imensa saudade.
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Todas
Quando nasceu minha esperança
Embora já não pudesse mais acreditar,
Apaixonei-me por tudo o que vivi
E mijei toda cerveja que consumi.
Possui todas mulheres que amei
E não amei todas as mulheres que possui.
Tomei na cara todas as dores que provoquei
E sobrevivi a todos os sofrimentos
Que mereci.
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Inveja
A inveja que sinto das pessoas que realizam e criam, me faz sentir mais insignificante do que sou.
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Descobertas
Fernando Sabino afirma que o artista é um inocente; precisa aprender a olhar tudo qual fosse a primeira vez. Embora nunca tenha me sentido um artista, isso ocorreu e ocorre comigo até necessariamente. No dia 5 próximo o mundo vai completar 6 anos para mim. Foi o dia em que sai da prisão, depois de 31 anos e 10 meses encarcerado. Fui preso adolescente, com 19 anos e sai com 51 anos. Quase tudo era absolutamente novo. Tenho até um livro escrito cujo nome é: “De Volta ao Mundo” (ainda não consegui publicar). Relato ali surpresas, alegrias e decepções vividas nesses primeiros anos de adaptação.
Percebo que as pessoas olham o mundo como fosse a ultima vez. Perderam quase que totalmente a inocência. O que pode parecer clichê em meu texto são coisas que estou descobrindo agora. É minha visão, minha descoberta do mundo.
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Quem seríamos, se morrêssemos com a morte?
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Luiz Mendes
16/03/2010.