Felicidade, essa eterna recorrência

por Luiz Alberto Mendes

Felicidade

 

Se quisermos; se ainda soubermos, podemos até vir a conhecer a felicidade. Eis a ilusão e a esperança a nos arrastar para essa antiga armadilha. De certo vai doer, diria eu. E, no entanto, a felicidade, essa espontânea e instantânea que sobrevive uma quimera sabemos, ainda e sempre é viável. É só fechar os olhos; há expressões de vida que ainda se abrem a emoções. Parece que estamos sempre a retornar a caminhos nunca abandonados.

Gandhi dizia que não há caminhos para a felicidade. Para ele a própria felicidade é o caminho. Quer dizer; não há um objetivo chamado “felicidade”. Não existe este patamar. Nossos dias contêm todo nosso passado e produzirão todo nosso futuro, mas o que realmente existe é só o agora. E é neste instante presente que podemos ser felizes ou não, o quanto nos façamos capazes.

Creio que estar bem e ser razoavelmente feliz dependem muito de nossa capacidade e empenho. Uma atitude racionalmente realista/otimista, uma boa vontade para com os outros, certa dose de ética e moral (para que nossa felicidade não seja à custa da infelicidade alheia), são requisitos básicos. Atualmente, como diria Paulo Lima, o Publisher da Revista Trip, vivemos no “século da ansiedade”, e felicidade, pelo que percebo, tem a ver com a satisfação de nossos desejos. O problema é que esses nossos anseios pessoais já não são bem nossos. Eles têm sido ditados pela moda, pelos costumes e pelo marketing. Isto é, por quem ganha dinheiro ao emitir esses estímulos.

Há outros fatores motivadores, como a glória (esportiva, classificação no vestibular...), o poder (isso vicia...), a criatividade (o ator Paul Newman afirma que a maior de todas as drogas é a invenção), ter muito dinheiro... Mas creio que, assim como o bem estar social, são motivos para se estar feliz, mas não ser feliz. É condicional. Ainda não é a “felicidade”, esse vírus motivacional culturalmente implantado em nós desde que nascemos.

Francamente nem sei mais no que acreditar ou no que pensar acerca do tema. Alias, de verdade, nem me preocupo com isso. Fico feliz quando tenho muitos acessos em meu blog porque postei um bom texto. Mas amanhã tenho que fazer um melhor para ter mais acessos ainda. Fiquei viciado nesse tipo de felicidade. Mas vou ai vivendo, pensando e compondo, conforme a vida for me propondo. Não vejo outra saída para mim.

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Luiz Mendes

21/05/2012.

 

 

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