A diversidade que resume e norteia a Trip há mais de 22 anos está em todas as páginas desta edição.
“Entendo que, antes de mais nada, a diversidade é uma condição para a evolução da humanidade na direção do nosso autoconhecimento e do nosso futuro, portanto de uma melhor compreensão de quem somos e do que estamos fazendo aqui neste planeta.”
As palavras são do nosso amigo e colunista Ricardo Guimarães em seu artigo sobre o tema desta edição.
Ele pode ter cunhado a frase inspirado pela eleição de Barack Obama. Talvez, antes disso até, estivesse pensando na crise que assusta e se aproxima e, em contrapartida, na esperança que a eleição do presidente americano inspira.
Prefiro imaginar que ele estivesse olhando para os 38 homenageados pelo Prêmio Trip Transformadores 2008.
Repisando o que procurei dizer naquela bela e inesquecível noite de 18 de novembro, o incrível é constatar que essas pessoas não precisaram de nenhum derretimento, nem das geleiras dos pólos, nem do sistema financeiro mundial, para perceber que era absolutamente urgente buscar e lutar por uma nova ordem, mais razoável, mais equilibrada, mais humana e justa. E nessa direção aprumaram suas vidas inteiras.
Colocadas lado a lado, mais que isso, em rede, elas criam imediatamente uma força descomunal, irradiam algo que contamina de imediato, ligam-se entre si, se reconhecem e se juntam. É, de verdade e com o perdão do lugar-comum, algo mágico.
A diversidade que resume e norteia a Trip há mais de 22 anos está em todas as páginas desta edição, nos africanos fazendo cinema, nas orientações sexuais diferentes/convergentes celebrando numa praia baiana, nas conclusões do antropólogo de Harvard, no relato do músico carioca tentando se achar, mergulhado numa van pela chamada cena indie americana, na montanha sagrada do Tibete, mas, mais que tudo, está personificada nas imagens do palco e do foyer do Auditório Ibirapuera, nos olhares e nos sorrisos de esperança e força que se viam por todos os cantos.
Veja a cobertura da premiação e da festa. Olhe com atenção. Você está lá.
Dedicamos essa edição da Trip à memória de Amanda Camossa.