A Trip pergunta: Deus é mesmo brasileiro? Ou, melhor formulando: que diabo somos, afinal?
Esta Trip tem tudo a ver com a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro. Mas também é sobre a mãe e o filho varados pela mesma bala perdida num subúrbio da cidade agora olímpica. É uma revista sobre um maluco maravilhoso que, depois de 40 anos encantando o mundo com seu suposto nonsense descompromissado, revela-se um pensador inspirado e quase erudito. Uma edição que se refere a uma mistura de sensualidades intraduzível em palavras, mas que felizmente é, em alguma medida, capturável em fotos, curvas e olhares.
Será que Deus é mesmo daqui? Ou, melhor formulando: que diabo somos, afinal?
O Brasil é ou não uma panela que por sorte, geografia, sabedoria ímpar ou mandinga cozinhou um caldo único. Era essa a pergunta original que tínhamos em mente.
Outra vez, talvez não haja resposta. Mas a pergunta instiga.
Na face da criatura televisiva da vez, um olhar enigmático, que abriga ternura, fúria, fragilidade, agressividade contida, ingenuidade, o bem e o mal; nos iluminados enunciados sobre o tema, oferecidos pelos nossos colunistas e lançado sobre o tema; nos traços tão impossíveis de definir quanto irresistíveis e misteriosos de Cléo Pires; nas saudades doídas e concretas de quem se afasta daqui por um motivo ou por outro; no fascínio que o som da palavra Brasil exerce sobre gente de todos os tipos e de todos os lugares; no lado claro, hoje quase óbvio, e no escuro, hoje bem exposto... talvez em algum lugar esteja a resposta.
Nós lançamos a pergunta.
Paulo Lima, editor
P.S. No dia 25 de novembro agora, no Auditório Ibirapuera, acontece o Prêmio Trip Transformadores deste ano, desta vez com 13 homenageados, brasileiríssimos. Fique por dentro no nosso site e leia mais nesta edição.