Nunca uma capa da Trip repercutiu tanto. Aqui, um pequeno apanhado das milhares de manifestações de apoio – e algumas de repúdio – que recebemos sobre a foto do beijo entre um surfista e seu namorado
As pessoas têm a imagem de que o surf é um esporte progressista, de gente de mente aberta. Mas, na verdade, não há nada mais conservador no mundo que um surfista. Por isso, a capa da Trip foi uma das mais importantes dos últimos anos. Marcello Serpa, sócio-presidente e diretor de criação da AlmapBBDO
Sinceramente, acho que a Trip não deu um tapa na cara da sociedade e muito menos fez o que a Globo nunca teve coragem de fazer. A Trip deu um soco no estômago de todos os gays e fez o que poucos gays tiveram coragem de fazer. Essa edição não é só pra falar com a sociedade heteronormativa, mas pra dar uma bela voadora em tudo aquilo que a massa média LGBT anda fazendo. A Trip não precisou apelar pro sexismo. Não precisou reforçar a ideia do homossexual promíscuo guiado pela libido. A Trip sim respeitou o homossexual. As outras publicações só chumbaram a ideia de sexo-gueto-sexo-diva-sexosexo-consumo-diva-sexo. A Trip é corajosa e bate na cara de todos os gays por não colocar estereótipos ou fetiches. São dois homens. Eles se beijam. E isso basta. Passa a mensagem. A Trip ensina muito mais do que dizem suas chamadas. Ensina a todo mundo se misturar e parar com o pensamento segregado e de coitadismo. Ser gay é um mero detalhe. Ser gay, na verdade, não significa nada. Você é bem mais que com quem você transa ou deixa de transar. João Márcio, do blog Eu Só Queria Estudar
Essa capa é tão importante que, daqui a vários anos, quando fizermos um levantamento arqueológico dos marcos nas conquistas de direitos humanos da população LGBT, ela vai aparecer. Jean Wyllys, deputado federal
A excelente edição da Trip traz uma entrevista de Zé Celso; uma matéria com pessoas que mantêm relações grupais amorosas e sexuais; e um retrato passado-presente da dupla Luhli e Lucina. São formas de vida que não se deixaram intimidar pela monogamia compulsória, fonte de tantos sofrimentos. (...) Não se trata de recusar ou defender a monogamia, mas de compreender os problemas que ela envolve, de modo que as pessoas possam ter maior autonomia para criar formas de vida em maior concordância com as suas próprias e inalienáveis fantasias. Há aqui um princípio: é preciso, inicialmente, desmoralizar as questões, para depois fundar, sobre essa compreensão, uma moral (individual). É exatamente isso o que faz a Trip. Recomendo fortemente sua leitura. Francisco Bosco, em sua coluna n’O Globo
A imagem é corajosa. A palavra é justa para esse momento em que os direitos gays viraram bode expiatório para fundamentalistas espalharem o seu ódio. É preciso ter colhão para escolher essa imagem como capa de qualquer publicação, mesmo ela voltada ao público homossexual. As revistas gays atuais nunca a exibiram. (...) O exemplo maior acaba de ser dado pela Trip, uma revista voltada para jovens heterossexuais, mas que bem resolvidos, não veem problemas em ficar rotulando e questionando a sexualidade dos outros. Saindo do óbvio, é mais que uma edição que os gays estão em pauta, o que está em jogo é a liberdade, ser livre. Vitor Angelo, do Blogay
Parabéns, Trip, pela edição FODA (no sentido literal e figurativo). Didi Effe
Parabéns, Trip, pela conexão com o nosso tempo, responsabilidade, coragem e ousadia. Provavelmente a ação jornalística mais importante do ano. Augusto Mariotti
Amei que a Trip tirou as rachas da capa e colocou dois magias na base do beijo! Já ganhou uma assinatura! Hugo Gloss
Sou editor-chefe da revista G Magazine e tenho que parabenizá-los, não só pela capa sensacional, bem como pelos assuntos abordados. Vou atrás da minha, tô curiosíssimo para ler as matérias. Marcell Filgueiras
A capa da Trip merece o Prêmio Trip Transformadores. Importante demais. Maria Prata, editora da Harper's Bazaar Brasil
Capa histórica! Sarah Oliveira
A independência editorial da Trip é o que a faz uma das melhores do Brasil. Parabéns pela abordagem do tema! Mas, acho eu, a sexualidade é de foro íntimo. Sou a favor da exposição do problema (o preconceito), da discussão e da busca de soluções. Já a capa eu não curti, achei apelativa, meio que forçando a barra. Cassio Eduardo Ruas Amorim
Curti a capa, achei contestadora. Estão mostrando dois homens e não caricaturas freaks como tenho visto por aí nos meios de comunicação. Adriano Damas
Ótimo, falta pouco para acabarmos com o tipo hollywoodiano gay: o que se droga, o que a família não aceita, o que se prostitui, o que se veste como mulher e não curte trabalhar... Razão de boa parte do preconceito banal com o qual somos obrigados a lidar. Cristiano Ferreira
Só digo uma coisa: espero estar viva para ver o dia em que uma capa desse tipo não vire “assunto”, cercado de chiliquezinhos sobre ser “agressivo”, ser “chocante” etc. Parabéns, revista Trip! Pela valorização do amor e do afeto, pela liberdade e contra a real violência velada e explícita que acontece todos os dias, vocês recebem meus aplausos! Luciana Pacheco Pego
Finalmente caiu a censura ao beijo gay! Cati Ane
O mais incrível é uma capa de revista com um comportado beijo entre dois caras ainda despertar essa discussão toda. Ela não me agride em nada nem a minha família. Pasmo em ver aqui pessoas com idade para serem minhas filhas se dizendo chocadas, estranhando, achando feio... Anna Cristina Figueiredo
Cada um na sua onda. O oceano é enorme e ainda tem baiacu achando que pra ser peixe-espada tem de espancar “surfista”. Falta de cérebro. Ary Azevedo
Até que enfim a Trip fez uma capa decente, porque eu já não aguentava mais aquele festival de mulher seminua fazendo cara de sonsa. Marina Bezerra
Deus abomina o homossexualismo. Isso não é preconceito, é antibíblico. Homossexualismo é egoísmo puro. Acham que encontrarm a felicidade, mas no fundo continuam com o mesmo vazio, porque é contra a lei da natureza e contra a lei de Deus. Jazmin Jeske
Vou resumir: quando vocês voltarem na praia em que fizeram as fotos, vão ter uma surpresa... Volta lá, volta! Gustavo d'Aza
Os meios de comunicação já não são mais “meios de comunicação”, mas sim ferramentas de propaganda comunista, esquerdista, cujo propósito é mesmo acabar com a instituição chamada família e com as religiões que se opõem à ideologia gayzista. Não existe perseguição a gays quando há desfile de homem do tamanho do Schwarzenegger com sutiã e calcinha às 15h na avenida Paulista para idosos e crianças verem. Há, sim, perseguição a cristãos, sendo mortos aos milhares em todo o mundo. Marcio Santanna
Gostaria de parabenizar o excelente trabalho editorial da revista Trip do mês de outubro, que ousou, com coragem e seriedade – palavras que parecem um pouco obsoletas no cenário jornalístico nacional –, colocar em sua capa a temática da sexualidade. Roberto Dias
Quero dar meus sinceros parabéns à Trip pela edição especial sobre a diversidade de orientações sexuais, em nome da Liga Humanista Secular do Brasil. São publicações como essa que me fazem acreditar que estamos num país civilizado, onde é possível sonhar com um dia em que as pessoas sejam julgadas não por sua orientação sexual ou sua cor ou sua crença, mas, parafraseando Luther King, pelo caráter. Eli Vieira, presidente da LiHS
Venho parabenizá-los pela edição da revista Trip que, além de entreter e informar, oferece uma enorme contribuição à transformação social positiva, pois, ao tratar o assunto homossexualidade com respeito e naturalidade, contribui para desmistificar um tema tabu e desconhecido. O Brasil é campeão mundial em assassinatos motivados pela homofobia e só o é porque a mídia em geral corrobora com esse preconceito que, quando potencializado, tem levado aos ataques na avenida Paulista e aos assassinatos que ocorrem na ordem de um por dia em todo o país! Frente GLBTT
Há muito tempo eu não me impressionava de forma tão positiva com a coragem e a ousadia editorial de uma revista ou um veículo de comunicação em geral. Considerando a força do veículo, a forte penetração, o respeito e o reconhecimento que a revista possui, admirável a coragem de abordar o tema no formato que fizeram. Esta tem que ser uma luta de todos. Inconcebível em pleno novo século ainda lidarmos com aspectos do período medieval. Carlos Ferreirinha
Comprei hoje cedo a revista e, logo depois, fui ao supermercado. Deixei a revista no carrinho de compras e presenciei dois homens debochando nitidamente da capa. Me dei conta de que é exatamente isso que deve, urgentemente, mudar na sociedade. Essa edição entra para a história da conquista de espaço desses debates, com certeza. Um abraço da mais nova leitora da Trip. Raphaela Comisso
A edição 204 pode ser lida no site da Trip