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Debates de 2008

Confira como foram os debates que antecederam o Prêmio Trip Transformadores de 2008

Debates de 2008

Por Redação

em 23 de novembro de 2009

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“Hoje estou feliz e vou dizer o porquê. O Deus que está em mim, também está em você. Namastê, namastê, namastê. Ommmmm”. Assim começou a série de debates do Prêmio Trip Transformadores 2008, com uma canção entoada por Vitor Caruso, que representou o professor de ioga Hermógenes (indicado na categoria Corpo). Dividir vivências e discutir temas que permeiam o universo comum desses “agentes da felicidade” não só enriquecem seus trabalhos, como os estimulam a encarar com força renovada os desafios diários de quem luta contra uma dura realidade todo santo dia. Essa foi a premissa que norteou as quase 10 horas de debates do Prêmio Trip Transformadores, durante os dias 29 e 30 de outubro, no Tucarena (São Paulo/SP).



Primeiro Debate
No primeiro debate, as categorias Corpo, Alimentação, Biosfera e Conexão foram discutidas por Tereza Watanabe (nutricionista e diretora do Núcleo de Alimentação do Sesi-SP), Vitor Caruso (representando o professor de ioga Hermógenes), Luiz Geraldo Moura (presidente do Núcleo de Ensino e Pesquisa Aplicada), Cláudio Valladares Pádua (fundador e diretor científico do Instituto de Pesquisas Ecológicas), Karen Worcman (fundadora e diretora do Museu da Pessoa) e Ricardo Salgado (representando Lélia Salgado, fundadora e presidente do Instituto Terra).

Logo na apresentação dos participantes, pôde-se perceber que apesar de atuarem em áreas distintas, alguns deles se completavam. Enquanto Tereza Watanabe resumiu o objetivo do seu trabalho como “ensinar as pessoas a se alimentarem de uma forma nutritiva, equilibrada e de baixo custo”, Luiz Geraldo Moura, logo em seguida, complementou com “precisamos desenvolver uma sociedade sustentável de forma integrada. Hoje a alimentação é pensada apenas pela boca, mas precisamos pensar ela de maneira que atenda a todos os sentidos”. Apesar da perda da conexão com tradições e valores ter sido um consenso entre todos os participantes, Karen Worcman deixou claro que nem tudo está perdido: “Se não morrermos antes, acho que vai haver uma retomada desses valores. As novas culturas de alguma maneira estão percebendo essa nova realidade, e esse novo ciclo de aprendizado está no início”.

Segundo Debate
As categorias Saber, Teto e Acolhimento pautaram o segundo debate do dia, com a participação de Laís Bodanzky (cineasta) e Luiz Bolognesi (roteirista), Jair Ribeiro (idealizador da Casa do Saber e da ONG Parceiros da Educação), Denis Mizne (diretor-executivo do Instituto Sou da Paz), Regina Moraes Waib (Associação de Amparo ao Idoso), Maria da Penha (coordenadora da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência), Marilena Ardore (representando Jô Clemente, fundadora da Apae) e Esther Hamburger, representante de dona Ruth Cardoso (hors-concours na categoria Saber).“Lutei durante 20 anos por justiça. Estou em uma cadeira de rodas porque fui vítima de violência doméstica”, disse Maria da Penha, autora da Lei Nº. 11.340, que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Mesmo deixando a categoria Acolhimento, para qula foi indicada, um pouco de lado no debate, para dar mais importância ao tratamento que a sociedade dá aos cadeirantes, Maria da Penha conseguiu um silêncio respeitoso de todos os participantes enquanto discursava, que só foi quebrado quando Denis Mizne disse acreditar na eficiência das leis, afinal, “estou sentado ao lado de uma lei viva”, disse.

Jair Ribeiro reforçou a idéia de que é preciso ter foco quando o assunto é realizar uma mudança realmente efetiva na educação e citou o exemplo de seu projeto Parceiros da Educação: “Nas escolas atendidas pelo nosso projeto nós focamos em resolver o problema dentro das salas de aula. Se tem 40% de alunos analfabetos em uma sala, os outros 60% vão ser prejudicados. Então, mesmo recebendo pedidos para que a gente inclua aulas de teatro, música e outros cursos para ajudar na educação, eu sugiro para os alunos irem procurar isso em outro lugar. Porque temos que manter eles dentro da sala de aula, e às vezes essas aulas podem atrapalhar ao invés de ajudar”. Já Luiz Bolognesi reinterou a importância de acreditarmos em nossos sonhos de mudança, “afinal, nosso projeto começou com um cineminha e hoje a abóbora virou uma carruagem”.

Terceiro Debate
A manhã do dia 30 de outubro foi reservada para discutir as categorias Desprendimento, Liberdade, Diversidade, Sono e Trabalho. A crise econômica mundial afetou o debate, pois o senador Eduadro Suplicy precisou estar presente na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, em Brasília (DF). A mesa de participantes contou com Ronaldo Lemos (representante brasileiro do Creative Commons e um dos fundadores do site Overmundo), o educador Antonio Carlos Gomes da Costa (Fundação Antonio Carlos e Maria José da Costa), o diretor de teatro Guti Fraga (Nós do Morro), Monja Coen (fundadora da Comunidade Zen Budista) e Oded Grajew (idealizador do Fórum Social Mundial e ex-presidente da Fundação Abrinq).

Logo no início, Antonio Carlos deixou claro que apenas o governo não é capaz de resolver o problema da educação no país: “Cada setor da sociedade tem uma excelência para oferecer. O 1º. Setor tem a força do estado, o 2º setor tem a lógica e eficiência de fazer acontecer e o 3º setor tem a sensibilidade e o espírito de luta”. Já Monja Coen citou a revolução pessoal de cada um para transformar o que está ao redor: “Quando me percebi uma revolução viva, vi que era capaz de mudar o mundo”. Outro fator importante para uma revolução na educação foi citado por Ronaldo Lemos, “ao dar poder ao indivíduo de dialogar para muitos, você pode mudar todos os campos sociais”. E somando idéias, pessoas e projetos, os dois dias de debates serviram para mostrar que a transformação está apenas começando.

 

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