Lançada no Brasil a primeira biografia do vagabundo, mulherengo, cachaceiro, depravado e genial Charles Bukowski
Imperdível: lançada no Brasil a primeira biografia do vagabundo, mulherengo, cachaceiro, depravado e genial Charles Bukowski. Os fãs de clássicos como Cartas na Rua e Mulheres ganham um livro ilustrado com mais de sessenta fotos inéditas, desenhos originais do pilantra e contribuições especiais de amigos do naipe de Norman Mailer, Allen Ginsberg, Sean Penn, Mickey Rourke, Lawrence Ferlinghetti, Robert Crumb e Harry Dean Staton.
Com citações de trechos de sua obra em prosa e poesia (incluindo trabalhos nunca antes publicados), nele você descobre que os pesadinhos contos autobiográficos de Bukowski eram pouco melhores do que as presepadas em que na verdade se metia. Como se pode sacar pelos infames trechos que seguem, em que você fica sabendo como o velho safado aprendeu a fazer sexo oral - aos 50 anos - e anal - com um homem.
"Na primeira vez que o encontrei, ele era realmente feio", diz Linda (King, escultora que preparava um busto de Bukowski). "Pesava cem quilos e seu cabelo era muito curto. Porém, quanto mais o via, mais atraente parecia. Era muito engraçado. Tinha um jeito de viver que tornava cada minuto real." A conversa e a linguagem corporal dos dois transformaram-se cada vez mais em flerte, e Bukowski escrevia cartas de amor para ela. As amigas de Linda, que tinha 30 anos, a avisaram para não se envolver com um homem tão mais velho, um bêbado sem dinheiro, que nunca tivera um trabalho decente, mas ela descobriu-se lançando olhares provocantes para ele.
"Bukowski, você é um bom escritor", disse ela, um dia. "Mas não sabe nada sobre mulheres." Ele admitiu que não tivera muitas experiências. A última vez que fizera sexo fora há muito tempo e, a não ser por algumas noites de sexo casual, tivera basicamente três amantes em toda a vida: Jane Cooney Baker, Barbara Frye e FrancEyE. Linda estava na cozinha quando ele entrou e apertou o corpo contra o dela. Deu-lhe um beijo rápido. Linda empurrou-o, dizendo que, se eles algum dia viessem a ser amantes, o que ele precisava saber que era altamente improvável, ele teria que fazer sexo com ela. Eu nunca mais vou me envolver com um homem que não goste de chupar xoxota, disse ela. Bukowski foi forçado a admitir que nunca havia feito isso. "Bem, ah ah, pior para você", disse Linda, que quase sempre falava com um riso peculiar e debochado. Esqueça. Bukowski não agüentava mais a provocação. Ele a tomou em seus braços, carregou-a para a cama e começou a comer sua xoxota como se fosse um pêssego.
Às vezes, Bukowski convidava as moscas de bar para irem a sua casa fazer-lhe companhia. Uma noite, acordou e percebeu que havia mais alguém na cama com ele. Decidiu aproveitar a oportunidade para saciar uma fantasia de longa data: fazer sexo anal. "Sabe, pensei que estivesse fodendo o rabo de uma mulher uma noite dessas, e estava mesmo era fodendo o rabo de um homem", disse, anos depois. "Era um amigo meu que estava passando a noite lá em casa. Pensei que era uma garota chamada Mystery e, uh, sabe, estava meio bêbado, deitado lá, tentei alguns movimentos e pensei: bem, ela parece não se importar. Fodi mais um pouco (não tenho muito para oferecer, sabe), e logo acabei. Ouvi... uh..., olhei para a parte de trás da cabeça e era meu amigo, B...! Santo Deus!".
A primeira vez em que outsider cometeu sexo oral em uma mulher - aos 50 anos -, sua estranha fascinação pela figura de Hitler, a gênese de suas narrativas mais bizarras e as raivosas reações das namoradas retratadas em seus livros são algumas das revelações contidas neste livro que investiga uma das personalidades mais controvertidas da literatura americana.
Vai lá: Charles Bukowski: Vida e Loucuras de um Velho Safado, de Howard Sounes
Editora Conrad, 253 páginas, R$ 34