Considerações sobre a Felicidade

por Luiz Alberto Mendes

Felicidade

             

O que todos queremos? O que todos buscamos? O carro do ano? A casa própria; a namorada linda, gostosa e inteligente; comprar no shopping a roupa de grife famosa; computador com todos os gigas possíveis; televisão de parede inteira; ou o que?

Tudo isso e muito mais, não é mesmo? Talvez tudo o que de bom exista. Nada basta. Mas será que é isso mesmo o que precisamos? Não estamos sendo enganados? Porque coisas exigem coisas. O carro do ano quer o carro importado. A simples casa própria pede o duplex. A namorada adequada levará à amante deliciosa. Nada nos será suficiente. Estamos sendo condicionados a nos tornarmos seres adquirentes. Há quem promova essa angústia e ansiedade humana para aferir lucros.

  O que queremos de verdade? Amor? Sim, queremos amor. Mas amor somente não nos basta. A nossa história nos desmascara: ainda é pouco. Continuamos procurando mesmo tendo vários amores. Liberdade? Somos uma liberdade a se realizar. Toda liberdade que conquistarmos será pouco. Ainda seremos transgressores em busca de mais e mais. Se der o pé, vamos querer o braço, do braço iremos pescoço e deste ao corpo todo. Somos matadores. O Céu e a Terra podem morrer juntos que ficaremos para o enterro.

  O que procuramos? Imagino que seja satisfação de viver e realização de nossos objetivos. Temos um nome para isso: Felicidade. O problema é que vivemos em um mundo de relatividades. Nada que sempre dure. Não há patamares, a fluência é a constante.

Quando às coisas, há vários caminhos. Adaptar nossa vontade à nossa realidade. Aceitar nossos limites e exigir de nós disciplina compatível às possibilidades que possuímos. Querer apenas o que podemos. Por ai se poderá construir harmonia e paz, que dizem, trás felicidade.

  Outra opção é enfrentar a realidade e lutar para submetê-la às nossas necessidades. Transformar para encontrar satisfação na existência. Construir um mundo melhor para garantir a felicidade.  

  O maçarico da vida nos mostra quão avassaladora é a nossa experiência pessoal de sermos o que somos. Vivemos esse tumulto, essa sede com fome. Entre o que somos e o que queremos ser, navegam rios e mares. Todos querem ser felizes. Mas navegamos, ou somos forcejados a navegar, à margem e contra o vento. Nada nos é muito favorável.

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Luiz Mendes

24/08/2010.

 

             

                 

 

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