Response Pirituba, projeto do baixista do Hurtmold, estreia EP em show gratuito
A conexão passa pela Marginal Tietê: Pirituba-Guarulhos. Numa ponta, a banda, na outra, o selo. Do encontro nasceu o primeiro compacto do Response Pirituba, gravado em parceria com a Desmonta Discos - produtora acostumada a sons menos ortodoxos.
O EP st tem duas faixas, uma de cada lado, somando cerca de dez minutos de duração. “Quando o 7 polegadas ficou pronto eu achei muito interessante esse lance da ideia ficar pronta na hora”, diz Marcos Gerez, criador da banda cuja música se assemelha a sua formação: modular e versátil.
Ora com formação completa de rock e set eletrônico, ora em duo ou até solo, o projeto criado por Gerez é mais um galho na cena instrumental brasileira. Ao lado de Cleber Dantas, o baixista do Hurtmold reuniu ideias que não cabiam à banda.
“Isso foi em 2010. Antes eu estava fazendo muita coisa, como a turnê com Marcelo Camelo”, diz Gerez. De lá para cá, além do EP, o duo gravou um clipe e mais gente chegou junto. No show desta terça, 8, o duo sobe ao palco com o trompetista Guilherme Guizado, o baterista Fernando Seixlack e os guitarristas Edmundo Clairefont e Fernando Sanches.
Na conversa abaixo, Gerez falou sobre o Response Pirituba, música instrumental e desdobramentos futuros do projeto com nome de bairro e cara de São Paulo.
Como começou o Response Pirituba? Eu tocava no Hurtmold e tinha muito material que eu gravava, mas não usava no Hurtmold. Vi que tinha coisa interessante e comecei a montar as músicas em cima disso. Mas como era só eu, eu adaptava o que eu não conseguia tocar. Aí chamei o Cleber, amigo de infância, e a gente começou a fazer isso juntos. Eu montava o esqueleto das músicas e a gente montava junto. Era muito eletrônico. Depois de um tempo eu fui chamando mais gente.
Vocês já são músicos que tem outros projetos, principalmente em música instrumental. Como você vê o espaço para esse tipo de música no Brasil? O espaço sempre existe se você se importa em produzir. Você vai correndo atrás da oportunidade, mas é difícil. Eu basicamente toco pra minha vida. Agora é uma época que eu resolvi focar mais na minha vida. É um tipo de som restrito. Em todos os sentidos. Um exemplo bem claro: tem projetos para revisitar discos clássicos. Eu já fiz com o Guizado o On The Corner no Miles Davis. Eu fiz esse show uma sexta-feira com o Guizado e foi lotado. Na outra sexta-feira, no show do Guizado, a casa estava vazia. As pessoas acabam procurando o jogo ganho. Mas é isso. Tem espaço.
As apresentações ao vivo contam com improvisos ou no máximo algumas mudanças nos arranjos? Improvisamos mais ou menos. Tem algumas partes que eu direciono um pouco. Algumas partes-chave. Como tem esse esquema de tocar às vezes com banda e às vezes só, a gente acaba não ensaiando muito. É bem direcionado, mas é mais na intenção. Não acho que seja interessante executar uma coisa exatamente como é gravada.
Como foi gravar o primeiro clipe? Do mesmo jeito que eu dou liberdade para quem vem tocar comigo eu falei pro [Vinícius] Colé. Falei para ele fazer o que ele achasse interessante. Só pedi para ver no final e gostei bastante. Confio no trabalho dele.
E quais são os planos futuros? Eu tinha ideia de fazer só esse tipo de coisa: lançar set na internet. Mas eu comecei a me juntar com o Cleber e veio a ideia de tocar. O Cleber nunca tinha gravado então eu achei interessante essa experiencia do estúdio. Quando o 7 polegadas ficou pronto eu achei muito interessante esse lance da ideia ficar pronta na hora. São duas músicas que tem um fio entre elas. Eu pensei em gravar outras coisas assim. Gravar só em 7 ou 10. Esse formato de single mesmo. Tem um próximo que eu pensei em chamar o Elo da Corrente para cantar alguma coisa, num viés totalmente diferente do que tem agora.
Vai lá: Response Pirituba - Show de lançamento do EP st
Quando: 8/10 às 21h
Onde: SESC Pompéia - R. Clélia, 93, Pompéia
Quanto: gratuito
Onde ouvir: www.soundcloud.com/marcos-gerez