por Luiz Alberto Mendes

 

Trancos e Barrancos

 

Gastamos nossa saúde para ter dinheiro

Depois gastamos dinheiro para conservar

A saúde que comprometemos.

Vivemos preocupados com o futuro

Sem conseguirmos nos desvencilhar

Do passado para vivermos o presente.

Vivemos tal qual nunca fôssemos morrer

E morremos desesperados

Como se nunca tivéssemos vivido.

Vivemos defendidos contra os outros

E tudo o que carecemos

É daqueles pelos quais não nos arriscamos

Compramos por comprar

Consumimos quais os cães de Pavlov

Produzimos sem qualquer ligação

Física ou emocional com o que fazemos.

Vivemos a segurança das grandes famílias

Sem a mínima preocupação com a felicidade

A imperfeição é nossa medida

Mas exigimos a perfeição no outro.

E assim caminhamos aos trancos e barrancos

Pela vida afora...

                              **

Luiz Mendes

13/05/2012.

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