Trancos e Barrancos
Gastamos nossa saúde para ter dinheiro
Depois gastamos dinheiro para conservar
A saúde que comprometemos.
Vivemos preocupados com o futuro
Sem conseguirmos nos desvencilhar
Do passado para vivermos o presente.
Vivemos tal qual nunca fôssemos morrer
E morremos desesperados
Como se nunca tivéssemos vivido.
Vivemos defendidos contra os outros
E tudo o que carecemos
É daqueles pelos quais não nos arriscamos
Compramos por comprar
Consumimos quais os cães de Pavlov
Produzimos sem qualquer ligação
Física ou emocional com o que fazemos.
Vivemos a segurança das grandes famílias
Sem a mínima preocupação com a felicidade
A imperfeição é nossa medida
Mas exigimos a perfeição no outro.
E assim caminhamos aos trancos e barrancos
Pela vida afora...
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Luiz Mendes
13/05/2012.