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por Luiz Alberto Mendes

Analfabeto hoje não é mais aquele que não sabe distinguir símbolos e signos escritos

Analfa

 

Analfabeto hoje não é mais aquele que não sabe distinguir símbolos e signos escritos. A definição se torna mais ampla em consequência a avanços da tecnologia, da ciência e até do comportamento. O computador pessoal tornou a maior parte da humanidade analfabeta, de repente. Analfabeto é também quem não sabe pensar segundo as regras modernas de comportamento. Quem não lê um livro; quem não se atualiza nos noticiários; quem não compreende a imagem que vê na televisão; quem não conhece os sinais básicos do trânsito (será fatalmente atropelado); quem não conhece sobre TV a cabo; quem não sabe ler e manipular um controle; e vai por ai afora.

Analfabetismo hoje é sinônimo de inadequação à sociedade moderna. Eu mesmo me acho analfabeto porque não sei dirigir nem carrinho de pipoca. E não consigo, sei lá porquês bloqueios psicológicos, freqüentar uma auto-escola. Alfabetizado então é a pessoa emancipada, capaz de assimilar comunicação em qualquer nível, talvez?

 

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A Mídia e a Literatura

 

A mídia busca ser objetiva para homogeneizar, para ser entendida por todos em sua linguagem média e imediata. Busca fortalecer o que há de comum em todos nós. Tende a definir padrões de comportamento e difundi-los. Assim, suprime o original, o heterogêneo e o diverso.

A literatura preserva aquilo que cada um tem de diverso, diferente e único. A manifestação de seu poder esta em fazer crescer a sensibilidade, agregar lógica à razão e expandir os limites individuais da humanidade.

 

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Comum

 

Olho à direita e só vejo locupletações; corporativismos; exploração do Estado; malversação do dinheiro público; e outras mazelas. Olho à esquerda orgulhos feridos; cesta de vaidades; nepotismos; mais locupletações; mensalões; enriquecimento ilícito; um monte. Dos dois lados corrupção e patifaria. Realmente o poder corrompe? Ou aqueles que se apossam do poder já são corrompidos? A oportunidade faz o ladrão ou o ladrão faz a oportunidade?

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Em meio a isso tudo vejo que não sou o que pintam. Não sou nem mesmo um sujeito inteligente e sempre me enganei quando me levei a sério. Acho que apenas tenho conseguido momentos que considero interessantes. Mas no meu dia a dia, sou apenas um homem preocupado em manter seus filhos, viver razoavelmente bem e socializar o que penso publicando o que escrevo. No fundo queria ter uma elegância e uma largueza que abrangesse a todos que me procurassem. Se um dia conseguir, tá bom, não tá?

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Luiz Mendes

23/02/2010.

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