por João Markun

As sensações que uma música da Amelinha trouxeram ao cantor, quando criança, mudaram sua vida

O cantor, compositor e produtor Bruno Morais contou para a Trip como a música mudou e entrou em sua vida.

"Não havia muita música em casa, tinha apenas um radio que ninguém ligava nunca. Quando visitava tios e amigos vizinhos eu ficava fascinado com os vinis e toca fitas e ia direto neles pedindo pra tocar. Eu sei que um belo dia (eu tinha 3 ou 4 anos...), na casa de um tio meu, começou a tocar um disco da Amelinha chamado Frevo Mulher e eu comecei a correr e saltar os sofás da sala como se fosse uma dança tribal meio doida enquanto rolava a faixa “Galope Rasante”. Depois, toda a vez que tocava aquela faixa acontecia a mesma coisa de novo, uma espécie de ritual infantil que virou evento. Na seqüência eu ganhei uma vitrola e o disco da Amelinha, (meu primeiro LP ;-) !) e bastava chegar alguém em casa que minha mãe ia logo botar o disco na bendita faixa pra mostrar pros amigos o que o filho 'sabia fazer'.

Nunca mais quis saber de brinquedos. Meus pais, tios e padrinhos aprenderam rápido que o presente ideal era LP, qualquer que fosse, eu ficava feliz imediatamente,  ia ouvir com muita concentração e ficava obcecado por dias até aparecer um próximo. Até hoje quando ouço essa música  me da a mesma sensação cardíaca, uma sensação física sem nome que aquele groove  me provoca e eu realmente gosto do disco todo, da produção, do acordeom maravilhoso e do timbre da voz dela.

Meus irmãos mais novos também são músicos. Eu acho que eu trouxe a música pra dentro de casa e acho que isso mudou  não só a minha vida como a da minha familia também."

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