em 29 de julho de 2013
Até que enfim! Puxa, nem sei como expressar minha satisfação de ver confirmada minha percepção acerca do combate à drogas e métodos. E ainda mais por quem? O próprio Papa Francisco! Como ele possui o dogma da infabilidade papal, então o que ele diz deve ser verdade. Pelo menos para os católicos deve ser. Embora isso, para mim, não queira dizer muito já que sou convicto em minhas afirmativas e não careço de confirmações para confiar nelas. Claro esta que nada é para sempre e que minhas afirmações, além de poderem estar erradas por conta de minha humanidade, podem e até devem, ser ultrapassadas.
Há muito percebi que o combate às drogas desencadeado pelos Estados Unidos e assimilado pelo governo nacional, não resulta em nada positivo. Seus resultados são: aumento de mortes e principalmente da população jovem, negra e de baixa renda (as estatísticas oficiais deixam isso claro) e a corrupção dos organismos organizados para o combate às drogas (vide escândalo recente envolvendo delegados do DENARC). Gastou-se uma fortuna no combate às drogas; muitas vidas foram ceifadas e muito sofrimento foi produzido, mas não diminuiu o tráfico, muito pelo contrário; aumentou. Será que não ficou obvio que não é por ai que se resolve o problema?
Nós temos é que procurar os por quês do homem necessitar tanto assim da droga. Não são em seus efeitos que devemos combater as drogas e sim em suas causas. É mais que óbvio. Só não enxerga quem não quer ou esta tirando algum lucro com isso. Porque o homem precisa tanto da droga? Porque a vida em sociedade esta uma merda. Porque tudo se transformou em rotina e não há espaço para nada novo. Porque a aceleração da velocidade do tempo nos deixou abestalhados, sem saber o que fazer ao certo. Porque nossa vida e nossa pessoa deixou de ter significação. A angústia da escolha, o desespero, a síndrome de pânico, a solidão no meio da multidão, o medo do futuro, o medo, o medo, o medo…
Para o Papa a solução esta em uma estratégia para “enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo uma maior justiça, educando os jovens para valores que constroem a vida comum, acompanhando quem esta em dificuldade e dando esperanças ao futuro.”
Já escrevi vários textos tendo por base algo parecido com essa parte da mensagem papal sobre as drogas. Muitos concordaram comigo, mas até ai, ponto e já era. Quem sou eu, não é mesmo? As atitudes tomadas foram sempre na contra mão desta posição. Isso me faz lembrar uma frase do dramaturgo alemão Bertold Brecht que vem bem a calhar: “Do rio que tudo arrasta se diz violento; mas não se diz violentas as margens que o comprimem.”
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