DVD gravado em Manchester peca pelo excesso de produção e deixa a explosão musical dos britânicos em segundo plano
Superprodução, exibição em sessões simultâneas ao redor do mundo e inúmeras câmeras captando tudo em 16 mm. Esse foi o circo armado pelos ingleses do Arctic Monkeys para celebrar a turnê de seu segundo disco Favourite Worst Nightmare, que rodou o mundo inteiro em 2007, inclusive o Brasil – quem não se lembra do desastrado TIM Festival?
Arctic Monkeys at The Apollo registrou o último show da turnê do grupo, no Manchester Apollo, em 17 de dezembro de 2007, e é vendido como “um convite ao público para imergir na força e no estilo de uma das bandas mais explosivas da inglaterra, enquanto eles fazem um dos shows mais intensos”.
É exatamente essa descrição que causa certo desconforto em quem assiste. A preocupação com os melhores ângulos é tamanha, que somente lá pela sétima música, “When The Sun Goes Down”, é percebido a existência do público. Até então, as palmas no fim de cada música soam tão falsas, que até o pior humorístico da televisão consegue fazer melhor.
Chamar os 76 min do DVD de “um dos shows mais intensos” dos britânicos é uma afronta a quem já viu Alex Turner e companhia ao vivo. Uma apresentação burocrática demais, fria demais, bonita demais e intensa de menos. E, como sempre, o público brasileiro perde no quesito qualidade do produto. Os extras trazem apenas novos ângulos de filmagem, duas músicas extras, “Balaclava” e “Bad Woman” (com participação de Richard Hawley, ex-Pulp), e um trailer do concerto.
Se for para gastar o seu suado dinheiro, que seja na edição limitada importada, que vem com o pôster original do show, cartões-postais limitados e um vinil com um show gravado no Texas, em 2006.