A tradição parisiense de colocar cadeados com nomes dos namorados nas pontes da cidade chega ao Parque Barigui, em Curitiba
Na ponte, o casal fecha o cadeado na grade de proteção, dá um beijo para selar o amor e joga a chave nas águas que correm metros abaixo. Não, não estamos na Pont des Arts, em Paris, mas em Curitiba, Paraná. Sai o Sena, entra o rio Barigui.
Com a retirada dos cadeados da Pont des Arts há cerca de dois meses – eram mais de 50 toneladas de metal, que chegaram a ameaçar a estrutura da ponte –, milhares de apaixonados ficaram órfãos. A única saída, agora, será arranjar um cadeado e rumar, o coração palpitando, até o Parque Barigui, em Curitiba.
De um ano pra cá, já são muitos os cadeados presos à ponte que corta o parque, constantemente vigiados pelas capivaras que vivem no local.
No dia que a reportagem da Trip esteve por lá, o casal Camila Souza, 24 anos, e Tiago dos Santos, 25, havia enfrentado o vento gelado do outono curitibano para selar a paixão eterna na ponte do amor, como já é conhecida na cidade. Quando questionados sobre o porquê da escolha pelo cadeado no parque, Camila lembrou de que foi ali o primeiro encontro deles, há três meses.
O peso ainda não ameaça, mas a equipe de engenharia da prefeitura da cidade já está de olho. De acordo com os cálculos, a estrutura suporta até 4 mil quilos de amor distribuídos ao longo dos pouco mais de 20 metros da ponte. O equivalente a 77,2 mil cadeados de tamanho médio. Se Shakespeare ressurgisse às margens do rio Barigui, seu Romeu já poderia encontrar ambiente propício para seu célebre verso-cadeado: "Sob o peso ingente deste amor, pereço".