Ame e dê vexame
Coletivo de terapeutas carrega a bandeira de Roberto Freire, hit da libertação sexual
O somaterapeuta João da Mata e o mestre Roberto Freire, sem medo do carinho / Créditos: Divulgação
Por Pedro Henrique Araújo Trip #233
em 16 de junho de 2014
Coletivo de terapeutas que carrega a bandeira do escritor, psiquiatra e anarquista Roberto Freire – hit nos anos 70 e 80 – promove a cura pelo toque
Roberto Freire marcou época, especialmente para a geração que nasceu nos anos 50 e 60 e viveu a liberação sexual. Numa época em que o termo auto-ajuda não significava muita coisa, ele vendeu milhares de livros que procuravam auxiliar as pessoas que se sentiam culpadas com o sexo, como Sem tesão não há solução e Ame e dê vexame, tropicalizando ideias de Wilhelm Reich – um colaborador e depois um dissidente de Freud. Mas, em uma sociedade mais acostumada com o sexo livre, quem seriam os herdeiros de Freire, que morreu em 2008?
O Coletivo Brancaleone trabalhou junto ao brasileiro e continua aplicando a terapia criada por ele, a somaterapia. “Defendemos o exercício da sexualidade como fonte de vida. Isso, na prática da relação amorosa, tem a capacidade de promover a saúde. Não é só a realização do coito – é o sexo como elemento de união de amantes”, explica João da Mata, psicólogo e um dos principais discípulos da somaterapia, ou simplesmente soma.
Cada sessão, realizada com grupos de 13 a 15 pessoas, é dividida em três partes: exercício corporal (como a prática da capoeira de Angola, por exemplo), debate crítico e a conclusão do encontro, na qual o toque é incentivado. Os grupos se reúnem quatro vezes por mês e o processo dura, no máximo, 18 meses, para que não haja risco de dependência à terapia. “Acreditamos que o toque é um poderoso instrumento de potencialização da vida, pois encarna a dimensão do afeto, do prazer e da cumplicidade”.
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