É o Tchan é a mais nova banda a entrar na galeria das grandes voltas que nunca aconteceram
Quem diria que, em pleno 2012, notícias de uma possível volta do É o Tchan fariam tanto barulho na imprensa? Uma reportagem que falava sobre a vontade do grupo em voltar com todos os integrantes originais caiu como uma bomba nas redes sociais. Mas a alegria de quem queria ver Carla Perez, Scheila Carvalho, Scheila Mello, Débora Brasil e Jacaré novamente ao lado da dupla-dinâmica da Axé Music, Compadre Washington e Beto Jamaica, infelizmente durou pouco.
Em seguida, o Tchan do presente emitiu uma nota oficial para dizer que o Tchan do passado não estava voltando à atividade. De acordo com a assessoria do grupo, o plano era produzir para o ano que vem um DVD composto apenas por músicas da primeira fase do grupo, anterior à ação legal que forçou a banda a mudar de Gera Samba para É o Tchan. O projeto, que ainda está em processo embrionário, teria como convidados vários dos ex-integrantes da banda e outros grandes nomes da música baiana.
Apesar de não ser uma notícia tão ruim assim, quem esperava um retorno triunfal da banda que foi a grande responsável pela explosão do axé no sudeste do Brasil ficou chateadíssimo no Facebook e no Twitter.
BOTA A MÃO NA CABEÇA
O banho de água fria foi gigante, mas ainda assim não causou tanto estrago quanto outros alarmes falsos de voltas no mundo da música. E com as bandas dos anos 90 voltando em comboios (vide novos discos de No Doubt, Soundgarden, Cardigans e tantos outros), nada pior do que acreditar na chance de ver aquela banda da sua adolescência novamente indo pelo ralo.
Aqui relembramos algumas das voltas "desmentidas" que quase causaram tumultos e guerras civis no planeta:
Fugees - Não perca a conta: o time de estrelas do hip hop formado por Lauryn Hill, Wyclef Jean e Pras Michel excursionou junto de 92 a 97 e se separou. Depois de 2004 a 2005 e se separou novamente. Depois em 2005 e 2007, quando finalmente a última gota pingou no copo do trio. No começo de 2011, mais conversas na imprensa apontavam para uma possível reunião do grupo, mas nada feito. As diferenças inconciliáveis entre os três e a prisão de Lauryn Hill no começo do ano colocaram um ponto final nos sonhos dos órfãos de The Score.
The Smiths - A banda se separou em 1987 e desde então nunca viu suas relações serem curadas pelo tempo. A primeira notícia de reforma da banda apareceu em 2006, quando Morrissey negou o boato dizendo: "Eu preferia comer meus testículos do que voltar com os Smiths". O pior banho de água fria foi em outubro de 2007, quando o guitarrista Johnny Marr reacendeu a polêmica, causando um furor na imprensa especializada por mais de três meses. Quando Morrissey finalmente voltou a negar os boatos, fãs da banda viram se perder o que parecia a última oportunidade de um retorno do grupo.
Engenheiros do Hawaii - Quatro vezes. Foi esse o número de vezes em que Humberto Gessinger anunciou uma volta de sua banda e que houve adiamento do projeto. Sem se apresentar junta desde 2008, essa que é uma das formações mais cultuadas do Brasil já ameaçou vários retornos desde então. A mais recente foi em março desse ano, quando o baixista e líder da banda frustrou os fãs jogando o lançamento do 13º grupo que é tão amado pelos admiradores como odiado pelos seus detratores para o começo de 2013.
Led Zeppelin - Nenhuma outra banda no mundo "quase voltou" mais vezes do que o Led. Todo ano surgem boatos de uma possível volta do grupo, sempre deixando os fãs com o cabelo em pé. A última vez que a banda se apresentou junta pela última vez em 2007, no show que virou o recém-lançado DVD Celebration Day. Dois anos depois, rumores se acenderam de qua a banda voltaria para a estrada sem Robert Plant e que Jason Bonham, Jimmy Page e John Paul Jones estariam fazendo audições com vocalistas que incluiam Steven Tyler e Myles Kennedy. Os boatos enfim morreram em 2009, com Page desistindo de seguir em frente com um vocalista diferente, para desespero dos saudosos nos cinco continentes.
The Clash - É quase impossível chegar mais perto do que os pioneiros do punk chegaram de uma reunião sem concretizá-la. Em 2002, o Clash foi introduzido no Hall da Fama, uma situação onde muitas bandas separadas se reunem tradicionalmente. Na ocasião, Joe Strummer, Paul Simonon e Topper Headon queriam fazer o show, mas Mick Jones se negava dizendo que isso trairia a memória do Clash. Antes que qualquer acordo pudesse ser atingido, Strummer morreu de parada cardíaca em dezembro daquele ano, enterrando com ele qualquer chance de uma volta dos autores de Combat Rock.