Mural do artista plástico de grandes obras coloca dedo na ferida da máquina de violência
Blu é um dos street artists mais ativos e controversos do planeta. Desde o "incidente MOCA", como ficou conhecido o evento onde o artista italiano teve uma de suas obras cobertas com tinta depois de causar controvérsia com veteranos de guerra dos EUA, seu nome está intimamente ligado ao ativismo contra a guerra e sua máquina mantenedora, pintando ou colaborando em grandes murais sobre o tema. Neste mês ele terminou um de seus maiores trabalhos até hoje, em um imenso mural na cidade de Campobasso, em sua terra natal, como parte do festival de street art italiano Draw The Line.
A grandiosa pintura de Blu mostra uma linha de produção de alistamento militar, onde jovens soldados aparecem tendo seus cabelos cortados e cérebros retirados e substituídos por capacetes como uma analogia com a lavagem cerebral sofrida pelos alistados quando chegam às forças armadas de suas nações. Além do tamanho, o nível de detalhes da obra impressiona e retrata uma triste realidade que persiste em todos os países do mundo, especialmente aqueles que viivem constantemente às voltas com as guerras.
Recrutas ou veteranos, ninguém escapa da ampla visão de Blu. Em dezembro do ano passado, por exemplo, seu imenso mural do lado de fora do museu MOCA de Los Angeles foi censurado pelas autoridades locais. A gigantesca pintura de dezenas de caixões enfileirados e cobertos com notas de dólar ofendeu os veteranos de guerra da cidade por fazer referêncioa direta à forma como soldados mortos em combate são enterrados. A pintura, que ficava na frente da Administração de Veteranos de Guerra, não ficou nem 24 horas exposta, sendo pintada de branco depois de uma avalanche de reclamações por parte dos ex-soldados da região.
Veja abaixo mais algumas fotos do novo mural de Blu, assim como as imagens do mural coberto pelo MOCA e mais alguns grandes exemplos do trabalho desse talentoso street artist italiano.
(Via My Modern Met)
