Está faltando representatividade na política, mas você pode mudar esse cenário. Fica a dica para as eleições nesse domingo
Não é de hoje que os brasileiros manifestam rejeição generalizada à classe política, independentemente de partidos. Ao analisar, por exemplo, o Congresso Nacional brasileiro a partir dos recortes de classe, raça e gênero, é possível constatar uma democracia pouco representativa. Mulheres, pessoas negras e LGBT aparecem sub-representação na política institucional brasileira. Mas onde essas pessoas estão? Será que elas estão ocupando alguma cadeira?
Para responder a esses questionamentos, precisamos falar sobre representatividade. Isso mesmo! Segundo pesquisa do Instituto Ipsos, apenas 6% dos eleitores brasileiros se sentem representados pelos políticos em quem já votaram. Por isso, estando a poucos dias do primeiro turno das eleições de 2018, é importante estar por dentro da composição das principais instituições que fazem parte do jogo político brasileiro. E lembrar, sempre, que nós somos os responsáveis pelos candidatos que chegam lá.
Números que podem te ajudar a escolher seus candidatos:
Representatividade de gênero
“Cada partido ou coligação deve preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo.” Lei nº 9.504, de 1997, em vigor desde 2009
Apenas 13% dos senadores são mulheres. Tribunal Superior Eleitoral
32 das 811 vagas de vereadores eleitos nas capitais foram ocupadas por mulheres negras em 2016 – isto é, 3,9%. Tribunal Superior Eleitoral
Nos últimos 24 anos, seis mulheres foram eleitas governadoras no Brasil, enquanto 156 homens assumiram o mesmo cargo. Tribunal Superior Eleitoral
Cerca de 68% das cidades brasileiras não tiveram uma candidata à prefeitura nas eleições de 2016. Tribunal Superior Eleitoral
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Representatividade de raça
18,5% dos senadores eleitos em 2014 se autodeclararam negros... mas apenas um deles foi eleito por voto direto. Tribunal Superior Eleitoral
Os candidatos brancos que disputam eleições estaduais têm patrimônio de R$ 1 milhão. Os negros com as mesmas condições de escolaridade têm média patrimonial de R$ 233 mil. Pesquisa da tese de doutorado de Osmar Teixeira Gaspar: "Direitos políticos e representatividade da população negra na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e Câmara Municipal de São Paulo”
Representatividade LGBT
A população LGBT no Brasil é estimada em 20 milhões de pessoas (9,5% da população)*. Porém, há apenas um representante declaradamente gay como deputado federal.
* O número pode ser subestimado, já que muitos podem ainda optar por não declarar a orientação sexual no momento da pesquisa. IBGE
377 candidatos LGBTs concorreram nas eleições municipais de 2016. Mas, apenas foram eleitos 25 vereadores e um prefeito (de um total de 5.565)... Se por um lado houve aumento do número de candidatos declaradamente LGBT, por outro diminuiu o número de vitoriosos. Em 2012, dos 110 candidatos, apenas 29 foram eleitos. Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais
As eleições de 2018 contam com 53 candidaturas de pessoas trans. Associação Nacional de Travestis e Transexuais
79,3% dos participantes da Parada do Orgulho Gay de São Paulo 2018 acham que os políticos não representam os interesses da população LGBT. Pesquisa #VoteLGBT 2018
Escolher candidatos que representam, de fato, as populações minorizadas da sociedade pode fazer toda diferença para a política. Tem dúvidas de como fazer isso? Então acesse a plataforma #MeRepresenta, selecione as pautas que você acredita e descubra as candidaturas que defendem questões que são importantes para você.
