Além de atleta, fundou o Instituto Guga Kuerten, voltado para a educação, o incentivo ao esporte na infância e à garantia dos direitos dos cidadãos e das pessoas com deficiência
Talvez ele seja o rosto mais conhecido dentre os homenageados deste ano do Prêmio Trip Transformadores. Seus projetos que renderam a ele tamanha homenagem são tão impactantes e altruístas quanto os demais que compõe a lista desta edição. O que o difere – não positiva, nem negativamente – é o seu passado; se agora ele representa minorias e pessoas que demandam de suas ações, há quinze anos atrás ele representava todo o país. Estamos falando do tri-campeão de Roland-Garros, Gustavo Kuerten, ou simplesmente Guga.
No mesmo ano em que ganhava o seu segundo Aberto da França – um dos mais disputados torneios de tênis do planeta -, Guga fundava ao lado de sua família o seu próprio empreendimento em prol de uma parcela da população que merece e precisa de mais atenção. Mas a sua ligação com causas sociais é bem mais antiga e vem desde os seus primeiros anos como profissional, quando envolveu-se com a Apae (Associação de Pais e Amigos de Excepcionais).
Ao contrário do que muitos pensam, nada na vida de Guga foi precoce ou por acaso. Nem suas vitórias – e não foram poucas -, tampouco seu empreendedorismo e sua benevolência. A fundação do Instituto Guga Kuerten, voltado para a educação, o incentivo ao esporte na infância e à garantia dos direitos dos cidadãos e das pessoas com deficiência, aconteceu de vez no dia 17 de agosto de 2000. Poucos dias antes da primeira conquista do ex-tenista em quadras rápidas, que aconteceu em Indianápolis. Coincidência? Nem um pouco.
Guga e sua família sempre foram muito envolvidos com questões sociais e, por isso, sempre foram muito organizados. Na medida em que o tenista Guga ascendia no circuito, seu instituto ganhava forma, recursos e visibilidade para emergir cada vez mais. Se ele estava distante fisicamente, representando o Brasil em alguma competição, sua mãe, Alice Kuerten, presidente do Instituto, e seu irmão, Rafael, vice-presidente, o representavam nos trabalhos.
Atualmente o IGK – sigla pela qual a entidade é conhecida – atua em parceria com diversas outras instituições de Santa Catarina, seja oferecendo recursos às entidades que desenvolvem ações voltadas às pessoas com deficiência, ou oferecendo estrutura para outras organizações que oferecem atividades sócio-educativas e voltadas ao esporte.
Pouco antes de completar quatro décadas de vida, Guga pode se dizer satisfeito. E completo. Se ele já representou toda uma nação com as raquetes na mão, hoje ele pode, como conseqüência – do seu sucesso como atleta e como pessoa -, representar quem mais precisa do seu apoio. Um verdadeiro ídolo.