A maternidade pode ser tóxica?

por Redação

A escritora Tati Bernardi e as influenciadoras Hana Khalil e Deh Bastos falam das tretas, dos tabus e da dificuldade de se afastar quando o relacionamento entre mãe e filha não é saudável

Apesar de todo afeto que envolve a maternidade, muitas vezes acabamos não falando de como é difícil se afastar quando o relacionamento com a mãe não é saudável. "Minha mãe tem uma filha que ela ama e outra que ela odeia. O problema é que eu sou filha única", diz a escritora Tati Bernardi. "A minha mãe nunca dizia que tava de saco cheio de mim. Ela parecia feliz, mas eu percebia que às vezes ela ia me matar. Eu acho que somos meio tóxicas uma para a outra". Na Casa Tpm 2022, que mergulhou nos assuntos mais espinhosos que envolvem a maternidade sem clichê, tabu ou romantização, ela se encontrou com Deh Bastos, fundadora do projeto Criando Crianças Pretas, e com a influenciadora Hana Khalil, para um papo inédito transmitido no Trip FM desta semana.

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Para Hana, é preciso olhar para os pais antes de falar sobre as mães. "A mulher acaba ficando sozinha, sobrecarregada, e coloca em cima dos filhos as expectativas e os erros que ela não quer cometer na vida dela”, diz. “Se a gente quer quebrar o ciclo de traumas passados de geração para geração, não podemos tentar mudar nossa mãe. Tomei a decisão de não me afastar da minha, mas estou atenta para as suas falhas”. Fundadora do projeto Criando Crianças Pretas, Deh Bastos acredita que existe algo cultural da propriedade da mãe sobre o filho – e, quando ela vira mãe, se torna 'dona' duas vezes. “Eu aprendi muito tarde que eu era uma mulher preta e minha mãe só soube desta realidade através de mim. No momento em que ela me perguntou se foi por falta de letramento que eu cresci com tanta ferida, percebi que ela fez o melhor que pode”, conta. Você pode ouvir esse papo no play aqui em cima ou no Spotify

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Imagem principal: Layla Motta

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