Conheça três paparazzi que se autodefinem a “escória do fotojornalismo”
Eles entram em latas de lixo e trepam em árvores só para publicar, em revistas especializadas, fotos de beijos na boca ou atrizes fazendo topless. Conheça três paparazzi que se autodefinem a “escória do fotojornalismo”
Quer saber onde mora a Xuxa? Com quem Deborah Secco está saindo? Ou a placa do carro do Ronaldo? Eles têm essas – e muitas outras – respostas. O que conseguem com isso está estampado, toda semana, em revistas de... fofoca, claro. Entre as cenas mais corriqueiras, atrizes fazendo topless e casais não assumidos beijando na boca. Para flagrá-las, esses fotógrafos se especializam em passar despercebido e estão sempre a postos para correr. “Um amigo meu já apanhou de artista e a Camila Pitanga já me chamou de rato”, conta, rindo, um deles. Outro, no dia desta entrevista, estava a caminho do plantão de oito horas para flagrar a atriz Paola Oliveira numa cena quente com Gaetano, o ex de Elba Ramalho. Prestes a ficar “trepado numa árvore” até sabe lá Deus que horas, ele levava seu “kit paparazzo”: “Camiseta e bermuda, se tiver que dormir fora, e repelente”, esclarece. Ele e seus colegas admitem fazer isso por dinheiro, mas não moram em mansões nem dirigem carros importados. A seguir, três “profissionais da fofoca” revelam suas experiências bizarras e abrem os segredos da profissão para a Tpm. Eles só não topam mostrar o nome nem sair em fotos.
Tpm. Qual foi a maior loucura que vocês fizeram para fotografar alguém?
Fotógrafo 1. Tenho um colega que já entrou numa lixeira para fotografar a Carolina Dieckmann fazendo topless [risos]. Ele deu uma grana para o lixeiro e o cara saiu levando ele pela praia.
Fotógrafo 2. Já esvaziei pneu do carro do cara para ganhar tempo e já entrei no porta-malas de um segurança que conheço para fotografar a Sasha saindo da escola. Eu tinha que pegar ela com a Xuxa e o Szafir... porque, você sabe, eles sempre estiveram juntos. Mas naquele dia só foi a Xuxa.
Fotógrafo 3. Fotografei Madonna na sacada do hotel, mostrando Copacabana para os filhos. E Tom Cruise, fazendo a mesma coisa. Cheguei na porta do Copacabana Palace às seis da manhã e ele chegou às dez da noite, debaixo de chuva. A agência falou que a foto vale R$ 40 mil, metade para eles, metade para mim. Fotografei até Jude Law, quando veio ao Brasil “no sapatinho” [escondido]. Eu o segui por seis dias. Entrei num condomínio superseguro em Angra, aluguei lancha e fiz fotos dele e da família. Peguei até ele comendo coxinha engordurada num boteco de estrada.
Vocês já foram agredidos?
Fotógrafo 3. Nunca apanhei, mas a Camila Pitanga já me chamou de rato. Só que, na hora que ela virou para me xingar, cliquei, e, na foto, parece que ela está brincando comigo...
Fotógrafo 1. O Cauã Reymond uma vez me viu e veio, falando um monte no estacionamento de um shopping. Entrei no carro e fui embora. Ele empurrou o motoboy que era da minha equipe e me seguiu, mas no caminho consegui despistá-lo e voltei a segui-lo. Ainda fotografei ele surfando no Recreio.
Por que vocês estavam com um motoboy?
Fotógrafo 1. Quando o plantão é muito quente, a revista manda motoqueiro para não perder a pessoa. Porque ele pode passar sinal vermelho, não pega trânsito.
Fotógrafo 2. Por exemplo, no auge do Ronaldo, a gente ficou uma semana de plantão em frente ao prédio dele, com motoqueiro.
Uma semana?
Fotógrafo 2. É, porque era o Ronaldo. Agora, geralmente o plantão começa na sexta e vai sábado e domingo. Depende da pessoa que precisamos perseguir. A gente se reveza e cada fotógrafo fica normalmente oito horas – para tirar uma foto em 15 segundos.
Fotógrafo 1. Quando tinha 80% de chance de a Deborah Secco e o Falcão estarem se separando, a revista mandou uma equipe para a casa dele, uma para a casa dela e outra para o Projac. Era um cerco.
Vocês não levam processos jurídicos por estarem fotografando pessoas sem autorização?
Fotógrafo 2. Eu não, a revista deve ter uns 400.
E não têm peso na consciência porque a pessoa não quer sair na foto?
Fotógrafo 2. Não quer, não sai de casa.
Você planejou ser paparazzo? É o que queria da vida?
Fotógrafo 2. Claro que não. É o submundo, a escória do fotojornalismo. Tem que estar sempre escondido, bom paparazzo é aquele que não se deixa ver. Porque isso acaba com seu nome.
Então por que fazem?
Fotógrafo 2. Porque ganha 400 pratas num dia de trabalho.
Fotógrafo 3. E por causa da adrenalina.
Vocês são especializados em fofoca, as mães, as amigas de vocês devem adorar...
Fotógrafo 2. Ah, sim. Tenho uma tia que liga todo dia!