Diário Aleatório

por Natacha Cortêz

A escritora Juliana Amato expõe na web textos sobre o fim de um amor fotografados pela amiga

Há mais ou menos seis meses, a escritora paulistana Juliana Amato, 25, começou a expressar em palavras o que não dava conta de explicar pra si mesma. Depois de um término de namoro se viu perdida, "Tentando entender e lidar com uma oscilação absurda de me sentir bem e mal, tranquila e perturbada." De seus "dias estranhos", uma coleção de retalhos de papéis, páginas de cadernos e guardanapos de mesa, ilustrados por sentimentos tortos: bem como o fim de um amor, "Então comecei a escrever esses textos meio fragmentados, meio truncados, porque era assim que eu estava", conta.

Thany Sanches, 26, fotógrafa, artista plástica e amiga de Juliana foi a primeira a ver a coleção. E além dos sentimentos expostos alí, enxergou a oportunidade de publicar tudo aquilo, "Os textos dela me pegaram. Sempre me pegaram. E os diários, eu lia e era como se tivesse vivido. Lembrei de todas minhas dores de amor, quis fazer parte daquela outra dor de algum jeito". Juntas, criaram o Diário Aleatório, um site totalmente visual, como um caderno, visto página por página. Nele, Juliana abre o peito através dos seus pequenos textos, agora fotografados e interpretados por Thany. Quanto à ordem das fotografias, não importa, a bagunça explica os momentos vividos por sua autora. 

A ideia delas tem pouco mais de 20 dias (foi lançada na Feira Plana - um evento de projetos editoriais independentes, que aconteceu mês passado em São Paulo) e o próximo passo, conta Juliana "é levar as imagens para uma exposição. Mas isso ainda está sendo conversado." E sobre os "dias estranhos", ela entrega: "eles foram embora, mas vivem voltando. Acho que vai e volta porque não é pra ir de vez mesmo. Acaba fazendo parte da vida, do nosso aprendizado".

Vai lá: diarioaleatorio.co

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