Descoordenados emocionais

por Lia Bock

Uma praga? Uma sina? Uma opção?

Uma praga? Uma sina? Uma opção?

   

   Tem gente que não consegue passar no exame psicotécnico, outros não têm condições de passar o próprio esmalte. Mas nada se assemelha à dificuldade de alguns de comunicar ao mundo o tipo de parceiro que estão procurando. Apelidei esses pobres coitados de “descoordenados emocionais”. Gente que tá louca pra roçar o pé e fazer juras de amor, mas só arruma traste com um pezinho no alcoolismo. Gente que não quer nada que se assemelhe a um namoro e só pega aquele  feito pra casar. Pessoas que por algum motivo misterioso não conseguem emitir a mensagem que desejam e acabam atraindo justamente o que não querem. É um fenômeno cada vez mais comum. Um bug sentimental que poderia virar foco de estudo. Afinal, por que algumas pessoas não conseguem transpirar o hormônio correto e atrair o que desejam? Por que alguns corpos insistem em se aproximar de um tipo de par que não serve pra si? Pesquisadores, uni-vos!
    Verdade que namoro não é que nem sapato, que ou cabe ou não cabe e ponto. Há muito mais entre o cérebro e as partes íntimas do que reza nossa vã filosofia. Mas até nos relacionamentos existem alguns “tamanhos” que não funcionam – e o melhor é não insistir. Uns apertam demais, sufocam quem precisa de ar e liberdade e outros ficam frouxos, estão sempre escapando e nos fazendo tropeçar. Mas por que (POR QUÊ?) algumas pessoas não conseguem avisar o que querem ao mundo e receber de volta aquilo que vieram procurar? Sinceramente, dá vontade de brincar de ligar os pontos, dar uma ajudinha para esses descoordenadinhos. “Não, amor, esse aí quer morar no interior e ter uma horta, não serve pra você. Tenta esse aqui que gosta de gim-tônica e passeio de madrugada” e vice-versa.

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