Lucy O’Brien, autora da biografia Madonna: um ícone, conversou com a Tpm sobre o novo livro, arte e música
Cantora-compositora, atriz-cineasta, devota cabalista, mãe moderna, rainha do pop, ícone da moda, símbolo sexual. Aos 50 anos, Madonna desafia os tablóides a criar novos títulos quase com a mesma freqüência com que muda o visual. A última novidade sobre a camaleoa é a biografia Madonna: um ícone, de Lucy O'Brien, que chega ao Brasil em agosto pela Nova Fronteira. A autora, que já trabalhou na revista pop inglesa MOJO, comenta sobre o livro e abastece os leitores da Tpm com dicas de leitura, música e artes plásticas.
O que faz o seu livro se destacar de tantas outras biografias da Madonna por aí?
Todas as outras biografias são muito sensacionalistas ou “tablóide”. A minha tem mais profundidade e detalhes do que nunca. Revela muito sobre suas motivações pessoais como uma mulher e como uma artista. Vai às cenas de bastidores no estúdio de gravação e aos shows ao vivo. Eu queria ir ao âmago de quem ela é como uma pessoa criativa e uma artista musical.
Por que você escolheu a Madonna para fazer uma biografia?
Desde que comecei a escrever para a revista britânica NME [New Musical Express] em meados dos anos 80, minha especialidade tem sido mulheres no rock. Sempre escrevi sobre artistas femininas, porque sentia que elas não recebiam o devido reconhecimento. Escrevi biografias sobre Dusty Springfield e Annie Lennox e She Bop, que retrata a história das mulheres na música pop. Estive pesquisando para a biografia da Madonna por muitos anos, e estava esperando pelo momento certo. Agora ela tem 50 anos, parecia a hora perfeita para explorar sua vida e carreira.
Qual é a imagem de “Madonna” que você queria passar com seu livro?
Eu quero que as pessoas tenham um senso dela como uma mulher real, de carne e osso, não uma pop star intocável.
Qual é a coisa mais chocante sobre Madonna que você descobriu durante esse processo de escrever o livro?
Ao falar com Wyn Cooper, um dos namorados de escola da Madonna, eu fiquei surpresa ao descobrir que ela era afastada e reservada na escola. Quando seu álbum de estréia surgiu, os velhos amigos de escola não acreditaram. Eles diziam que ela não era “demasiadamente carismática” e nunca imaginaram que ela se tornaria uma pop star global. É como se ela tivesse escondido uma grande parte de si mesma que só emergiu depois, quando ela foi para Nova York.
Qual é sua música preferida da Madonna?
A minha favorita é “Like a Prayer”. Marca sua transição de pop star mainstream a artista. Para essa música, ela mergulhou fundo em sua psique e sua educação católica e soldou tudo em uma ótima batida de dança. Fantástico!
Dicas:
1. Um dos meus livros preferidos é England's Dreaming de Jon Savage. É uma biografia dos Sex Pistols e do punk, uma brilhante obra de escrita musical.
2. Há uma maravilhosa instalação de arte no South Bank Centre que foi parcialmente concebida pela banda Massive Attack. Ao andar em volta dos postes, eles registram os sons que você produz com luz. É um tanto psicodélico! Veja o link no YouTube: www.youtube.com/watch?v=9P9MoVRxKY8
3. Em termos de música, duas coisas bem diferentes que amo no momento. O novo álbum de Natalie Cole Still... Uforgettable. E uma maravilhosa canção chamada “Reminissin” de Geiom com Marita (na compilação Dubstep: Present to Future nos CDs Soul Jazz).