Uso do capacete entre ciclistas causa polêmica

por Redação

Cabeça quente

Por causa da morte do ciclista Andrei Kivilev, cazaquistanês, que bateu a cabeça após uma queda besta durante a competição Paris Nice no mês passado, a International Cycling Union (UCI) decidiu obrigar o uso de capacetes mesmo para profissionais, e espera colocar a novidade em vigor até 10 de maio, antes, portanto, da Volta da Itália.

A iniciativa, embora coerente, vai chacoalhar a comunidade. Há anos, ciclistas reclamam que capacetes são pesados, quentes e nada tradicionais, recusando-se a usá-los. Mas a UCI alega que as recentes inovações tecnológicas diminuíram essas inconveniências. Quando, em 91, a UCI tentou tornar obrigatório o uso do equipamento, profissionais ameaçaram entrar em greve.

A questão vai ficando tão complicada que alguns ciclistas agora alegam que o uso do equipamento deveria ser uma escolha individual. Boa parte dos ciclistas mais velhos ainda está presa à idéia de "liberdade" e por isso se nega a usar capacete. Já os recém-chegados ao circuito são mais favoráveis à idéia. Outros dizem que o assunto deve ser profundamente discutido e que é necessário levar em consideração até questões como "será que o uso se faz obrigatório em provas realizadas sob temperaturas maiores que 35 graus"?. Seja como for, a discussão está apenas no começo.

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O ciclista Lance Armstrong, 31, que não é adepto do capacete, vem sendo sondado para entrar na campanha a favor do uso do equipamento e pode surpreender e correr com na Liège-Bastogne-Liège no domingo. Maior ídolo do esporte na atualidade, ele levou um susto há duas semanas ao ter que abandonar o Circuit de la Sarthe, competição européia da qual participam os melhores do mundo, por causa de problemas no estômago.

Depois de pedalar por três horas, ele desceu da bicicleta, se retirou da prova e teve que ser levado de volta para sua casa, na Espanha. Porque teve câncer seguido de metástase há cinco anos, e tem que se submeter a regulares exames a fim de detectar uma possível volta da doença, o estado de saúde de Armstrong preocupa, embora seu técnico afirme se tratar apenas de um vírus estomacal.

Armstrong se prepara para correr a 100ª edição do Tour de France, em julho, quando tentará faturar seu quinto título, todos conquistados depois de ter sobrevivido ao câncer.

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Com uso obrigatório de capacete, a versão americana de provas ciclísticas de longa distância, a RAAM - Race Across America -, começará dia 15 de junho e já deixou o brasileiro Ricardo Arap, campeão da prova em 98 na categoria equipe, de cabeça quente, mesmo sem capacete.

Ricardo e Luiz Augusto Milano finalizavam os preparativos para pedalar na categoria duplas os 4.800 quilômetros que separam San Diego, na Califórnia, de Atlantic City, em New Jersey, quando foram surpreendidos pelo cancelamento do principal patrocinador. Conformado em ter que desistir da prova, Ricardo prefere não esquentar a cabeça.

NOTAS

Extra Large

Com apenas 18 anos, o havaiano Makua Rothman venceu o Billabong XXL e faturou US$ 66 mil pela maior onda da temporada, conquistada em Jaws, Maui, em 26 de novembro. Foi o mais difícil julgamento da história do concurso com variação de apenas um ou dois pés entre as cinco ondas finalistas.

WCT - Austrália

Dois brasileiros seguem na disputa do Rip Curl Pro, segunda etapa do mundial de surfe. Neco Padaratz voltará a enfrentar, desta vez nas quartas-de-final, o atual campeão Andy Irons, e Guilherme Herdy irá pegar o defensor do título da prova, Mick Fanning.

Skate

Um campeonato de banks e half pipe reúne os melhores do Brasil nas modalidades domingo em Campinas, SP.

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