Tá com ele, tá comigo

Essa é a ideia da Amigos dos Amigos, facção criminosa que comanda dezenas de favelas no Rio de Janeiro, incluindo o morro da Mineira e parte do Complexo da Maré. “Ela foi criada em meados dos anos 90 por três traficantes independentes, que não estavam ligados a nenhum grupo naquele momento. Daí veio o nome: quem era amigo de um era considerado amigo do outro também”, explica Rafael Gonçalves, 11 anos de A.D.A, agora funcionário da ONG AfroReggae. Ele abandonou o crime, mas, apesar das baixas sofridas e da prisão do traficante Nem, a facção continua por aí. 

Linha do tempo:

1994 – A.D.A surge dentro de presídios do Rio fundada por Celsinho da Vila Vintém (Celso Luis Rodrigues), Escadinha (José Carlos Encina) e Uê (Ernaldo Pinto de Medeiros).

1998 – Alia-se ao Terceiro Comando para reduzir o poder do Comando Vermelho.

2004 – Passa a controlar a favela da Rocinha, até então do C.V.

2005 – O traficante Nem assume o controle da Rocinha após a morte do antigo líder, Bem-te-vi.

2009 – Com líderes presos em São Paulo, A.D.A começa a atuar no estado, segundo a polícia paulistana.

2010 – Nem forja a própria morte para escapar de perseguição policial, mas a mentira é descoberta.

2010 – Segundo Subsecretaria de Inteligência do Rio de Janeiro, A.D.A e C.V, ex-inimigos, unem-se para ganhar forças contra as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). Para fortalecer a resistência, o C.V forneceria homens para a A.D.A em troca de ajuda financeira.

2011 – Nem é preso e a Rocinha é ocupada pela polícia para a instalação da UPP.

2012 – O traficante Puma (Cristiano Santos Guedes), um dos chefes da A.D.A., entrega-se à polícia com auxílio do AfroReggae.

2012 – A amizade continua… Segundo Gonçalves, a facção ainda controla dezenas de comunidades no Rio.