Especial
Será que alguém ainda se julga especial? E já se questionou o quanto é fútil, individualista e preconceituosa essa especialidade? Especial em que? Se ao menos ser especial significasse não usar o banheiro, não suar fedido, não ter manias...
Somos iguais, apesar da lei e seus manipuladores. Julgar-se especial para que; para se sentir melhor que os outros? Só quem é especial é especial. Os outros, pobre de nós que não somos nada especiais... Somos menos, talvez estejamos degraus abaixo na teoria da evolução. Ainda na luta pela sobrevivência. Especiais são aqueles que se deram bem, então.
Mas esses não são apenas os mais espertos? Ser mais esperto não é ser especial. Para cada espertinho, sempre haverá um espertalhão. Agora mesmo tem um grupo de “espertos” que, ao que tudo indica, do congresso e do governo vão direto para a prisão. Do topo do mundo ao buraco do mundo. Grande trajetória! Provavelmente se sentiam especiais. Não creio que esse sentimento ainda prevaleça.
Ser especial é uma mentira inescrupulosa. Estamos cansados de saber que ninguém é nada sozinho. Foi-se o tempo dos homens enciclopédicos como Aristóteles, Platão e seus contemporâneos. Nunca houve semideuses; no máximo existe o "pau para toda obra". Super homem é apenas produto da imaginação fértil de Stan Lee. Ainda somos homens minúsculos, estamos crescendo.
Muito mais interessante seria nos reunir aos outros em busca de semelhanças, pontos em comum e igualdades. E então partirmos unidos para construir uma nova realidade com escolhas melhor elaboradas e mais sofisticadas. Porque, especial só se for todos nós, cada um a seu jeito, modo e ninguém em particular.
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Luiz Mendes