Contrate um refugiado

por Camila Eiroa

Refugiados palestinos que moram em ocupação no centro de São Paulo oferecem serviços para conseguirem recomeçar a vida no Brasil

Próximo ao bairro da Liberdade, SP, existe um refúgio para palestinos que saíram em busca de um lar longe da guerra. Um prédio cheio de cartazes se destaca entre os postes vermelhos e tipicamente orientais, e é lá que há sete meses nasceu a ocupação Leila Khaled - nome que homenageia uma militante palestina que ficou famosa nos anos 70 e que hoje faz parte do Conselho Nacional Palestiniano.

Membros do grupo de luta por moradia Terra Livre dividem o edifício com refugiados que fazem parte do Mopat (Movimento Palestina para Tod@s). Hasan Zarif, brasileiro filho de palestinos, é um dos organizadores do grupo e responsável por receber e auxiliar quem chega lá em busca de um lar e de emprego. Ele é o responsável por listar as habilidades dos moradores para que consigam uma forma de ganhar direito no novo país.  

A Trip foi conhecer alguns deles: 

Nour Al Dien Al Sayed, 21 anos
Há oito meses Nour deixou o campo de refugiados de Yarmouk, em Damasco, na Síria, rumo ao Brasil. Chegando aqui, foi direto para o bairro do Brás, onde trabalhou como auxiliar de cozinha. Oferece serviços de pintura e serralheria.

Zuhair Saeed, 27 anos
Também vindo de Yarmouk há um ano e quatro meses, Zuhair deixou a família na Síria e pretende trazê-la para o Brasil. Pra isso, já trabalhou vendendo roupas no Brás, mas acabou perdendo todo o capital. Oferece serviços de vendas, eventos e montagem.

Mohamad Al Shamaa, 22 anos
Quando chegou de Damasco, há sete meses, Mohamad se instalou em Guarulhos. Alguns meses depois, sua mãe, sua irmã e seu irmão vieram e hoje moram todos na ocupação. Oferece serviço como garçom e já conseguiu alguns bicos trabalhando em restaurantes.

Abdel Fatah, 23 anos
Quando Abdel chegou em São Paulo, conheceu um árabe que o levou para trabalhar em uma empreiteira no Mato Grosso do Sul, onde morou por cinco meses. Hoje, mora na ocupação com seu tio e irmão mais novo e oferece serviços na área de construção civil, pintura, obras e manutenção em geral.

Ahmad Issa, 20 anos
Vindo do Líbano junto com seu irmão há sete meses, ele conta feliz que a mãe, a irmã e a sobrinha estão para chegar ao Brasil. Oferece serviço como mecânico no desmanche e na montagem de motores a diesel.

Mamoun Zakaria, 27 anos
De Damasco, o sírio Mamoun chegou sozinho ao Brasil há oito meses. Faz 12 anos que ele trabalha com design de gesso e é o serviço que ele oferece em São Paulo. De vez em quando ele consegue um bico em empreiteiras e ajudou a construir o espaço de cultura árabe Al Janiah, inaugurado pelo Mopat em janeiro na região do Anhangabaú.

Mahdi Al Saied, 23 anos
Como a maioria dos refugiados, Mahdi chegou há sete meses no bairro do Brás, onde trabalhou fazendo comida árabe em um restaurante. Assim que a ocupação surgiu, se mudou para lá e hoje pretende trabalhar como auxiliar de cozinha.

Mohamad Jamal, 20 anos
Mohamad chegou direto para morar na Leila Khaled junto com seu pai. Sua mãe e suas quatro irmãs também vieram ao Brasil, mas moram em São Roque. Ele trabalha eventualmente com instalação de câmeras e sistema de vigilância. Além disso, oferece o serviço de pintura.

Saleh Salim, 21 anos
Vindo da comunidade de Yarmouk, há quatro meses Saleh foi morar com seu pai, que já estava instalado na ocupação. Sua mãe e seus cinco irmãos ainda estão em Damasco e pretendem ir para a Alemanha. Desde que Saleh chegou, ele procura trabalhar como garçom e auxiliar de cozinha.

Vai lá: Ocupação Leila Khaled; Hasan Zarif (11) 983929246.  

Créditos

TRËMA

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