Perguntas sem respostas
Perguntas sem respostas
Quantas pessoas que a gente amou de paixão, parecia que não podíamos mais viver sem elas; chegávamos até a imaginar que fosse para sempre... E, se fora, passaram. Quantos segredos foram guardados inutilmente e agora, exatamente agora, não interessam a mais ninguém? Em quantas bobagens acreditamos e que hoje nos parecem tão idiotas que temos até vergonha de lembrar que um dia acreditamos naquilo? Quantos ideais sonhamos e deixamos para depois e o “depois” que nunca chegou? E todos aqueles limites, vícios e fraquezas que derrotamos, implacáveis, e que hoje nos fazem falta? Hoje nos sentimos tão menos humanos sem alguns deles... O pior foram todas aquelas mentiras, aquelas traições e covardias que a gente tanto censurou e que, de repente, cometemos sem perceber ou até para sobreviver. Quantas vezes enchemos a cara até nos esborrachar no chão e hoje censuramos nossos filhos por não saber o que fazer quando eles fumam um baseado. Amigos que foram tão fundamentais para nossa existência; sentíamo-nos capazes de matar ou morrer por eles, e que agora a gente não vê há tanto tempo... Havia tanto mistério, tanta magia, os tempos pareciam outros e nós também outras pessoas. Já não nos reconhecemos em fotos, vídeos ou espelhos. Tudo o que conseguimos preservar foi o que somos. E somos todas essas lembranças, essas ideias e esses sonhos. Fracassos, decepções, ausências, angústias, depressões, ansiedades e abandonos nos constituem. Nada foi em vão e nada foi perdido. Somos tudo o que vivemos e vivemos imersos na memória do que nos formou. Ao fim e ao cabo somos os conhecimentos, sentimentos e experiências que desenvolvemos desde que nascemos.