Recorta, cola e flipa

por Nathalia Zaccaro

O skatista Klaus Bohms recorta revistas antigas e faz colagens no único suporte possível: os shapes de seus skates

Nos pés do skatista Klaus Bohms, um shape não dura mais que dez dias. Porém, desde o ano passado, ele tem tido um aperto no peito na hora de colocar algumas de suas pranchas na rua. “Às vezes, gosto tanto dos gráficos que faço para customizar meu skate que fico com dó de usar e guardo em casa mesmo, penduro na parede”, diz.

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Desde abril de 2017, Klaus recorta imagens de revistas antigas, especialmente dos anos 60 e 70, e usa seus shapes como suporte para colagens em que mistura suas referências estéticas. “Há um tempo eu estava sem patrocínio e aí vi os shapes ali, lisos, cor de madeira, e tive essa ideia”, explica.

A composição das colagens é bem instintiva, sem regras. “Vivo indo em sebos no centro, pesquisando imagens. Esses dias achei um pilha incrível de edições antigas da National Geographic. Monto um gráfico com elas e depois coloco papel contact, tinta spray e um verniz e fica certinho.”

E não é só na parede de Klaus que os skates ganharam status de obra de arte. Ele já expôs suas colagens na galeria Fita Tape, em São Paulo, como parte da programação do The Showcase, projeto da Adidas e, em dezembro do ano passado, pendurou seus shapes durante Viss Block Party, evento da revista Vista em parceria com a Casa do Mancha. E devem vir mais exposições por aí. “É o próprio shape que me inspira, acho que não conseguiria fazer se fosse no papel”, diz. Por enquanto, ele não vende as obras. “Muitos amigos e conhecidos já perguntaram, mas eu nunca fiz pra ninguém. Cada um é muito único”, diz Klaus.

Créditos

Imagem principal: Klaus Bohms/Divulgação

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